Começam a surgir os primeiros nomes para o Senado em Pernambuco

Fernando Bezerra Coelho pleiteia o governo, mas aliança o quer na Casa Alta. João Paulo e até Daniel Coelho são citados

Josué Nogueira

Se as definições sobre a cabeças de chapa para disputa do governo de Pernambuco em 2014 seguem na dependência de variáveis – a maior delas é a confirmação da candidatura de Eduardo Campos ao Planalto – as possibilidades para o Senado vão aparecendo. Na aliança comandada pelo governador, o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB), que pleiteia o Executivo, vem sendo citado por gente com assento no Palácio do Campo das Princesas. No PT, que acaba de se recompor internamente, o deputado federal João Paulo integra uma lista de concorrentes formulada como “prioridade” pelo ex-presidente Lula. Por outro lado, especula-se que o deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) também poderia figurar na chapa palaciana, caso os tucanos oficializem a adesão ao governo do PSB.

A subida de Bezerra Coelho na cotação significa a queda da chance de o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) disputar à reeleição com o aval do governador. Isso porque o espaço garantido ao PMDB na chapa da aliança tende ser a vice. E o deputado Raul Henry é o nome preferencial. “Com Raul na vice, Jarbas se inviabiliza”, comenta um socialista. “A vez é de Raul. É nome mais leve, sem o peso de ter sido oposição. No atual contexto, pode apostar muito mais em Raul e muito menos em Jarbas”, completa. O senador peemedebista encerra em 2014 os oito anos de mandato e já afirmou ter interesse em se “manter na vida pública”. Se possível renovando o mandato.

Os nomes cogitados não admitem conversar como pré-candidatos. Argumentam ser preciso esperar a decantação de fatores que pesarão na composição de chapas. Entre eles não há, curiosamente, expressões de interesse pela disputa, a despeito dos atrativos da Casa Alta: oito anos de mandato e salário de R$ 26,7 mil (o equivalente a mais de 42 salários mínimos). Há ainda auxílio moradia R$ 3,8 mil/mês), auxilio médico (sem limite de valor annual), auxílio psicológico e odontológico (até R$ 25,9 mil reais anuais), verba indenizatória (R$ 15 mil) e verba de gabinete (R$ 82 mil).

João Paulo informa que trabalha para se reeleger para a Câmara dos Deputados. E só. Diz que os desdobramentos da reunificação do partido ainda estão longe de serem amadurecidos. “O que acho importante é reiterar que o PT tem com o centro da tática a reeleição de Dilma. Como será e o que vai acontecer, é cedo para se definir. Mas o que deve se observar é que esse acordo é o acontecimento mais relevante do PED (processo de eleições diretas do PT) no país”, comenta.
No PSDB, a cogitação de Daniel para o Senado ou mesmo para a vice na chapa governista – – numa eventual aliança dos tucanos com o PSB – é confirmada por alguns e descartada por outros. O deputado estadual pretende conquistar vaga na Câmara dos Deputados e, segundo informa, não recebeu proposta alguma do partido para compor chapa da situação. Aliás, ele segue apostando que a definição só se dará em abril e repete que o PSDB não descarta lançar nome próprio ao governo do estado. Paralelamente, porém, tucanos não escondem que o partido pode respaldar o candidato de Eduardo Campos.

Já no PTB, único partido a ter um pré-candidato assumido ao governo, senador Armando Monteiro (PTB), não há conversa sobre o Senado. Pelo menos é o que garantem dirigentes da sigla. A prioridade é construir a candidatura ao Executivo. A vice e a vaga de senador ficarão para uma segunda etapa. A negociação referencial é com o PT. Armando, já declarou apoio à Dilma e teve o nome cogitado para receber apoio dos petistas em Pernambuco. Já se especulou, inclusive, que o tal plano de Lula para ter João Paulo no Senado incluiria Armando na cabeça da chapa.

Por fim, a “indicação”de Fernando Bezerra para o Senado impõe um freio na movimentação que ele vem fazendo como pré-candidato à sucessão de Eduardo Campos. De acordo com lideranças da aliança e mesmo da oposição, o ex-ministro é nome certo na majoritária, mas não para o cargo pretendido. “Para a vice é Raul Henry e, para a cabeça nem, Eduardo sabe”, afirma um deputado. Estão cotados os secretários Paulo Câmara (Fazenda), Tadeu Alencar (Casa Civil), Danilo Cabral (Cidades) e Antônio Figueira (Saúde).

Saiba mais

Eleitos entre 1990 e 2010 em Pernambuco

Marco Maciel (PFL)     1991 – 1998
Joel de Holanda (PFL)     1998-1999 (suplente)
Carlos Wilson (PSDB)     1995 – 2003
Roberto Freire (PPS)     1995- 2003
José Jorge (PFL)         1999 – 2007
Marco Maciel (PFL)         2003 – 2011
Sérgio Guerra (PSDB)     2003 – 2001
Jarbas Vasconcelos (PMDB) 2007 – 2014
Armando Monteiro (PTB) 2011 – 2018
Humberto Costa (PT)     2011 – 2018

Benefícios dos senadores

8 anos de mandado

R$ 26,7 mil de salário, o equivalente a mais de 42 salários mínimos

R$ 3,8 mil por mês de auxílio moradia

Auxílio médico
(sem limite de valor annual)

Até  R$ 25,9 mil anuais de auxílios psicológico e odontológico

R$ 15 mil de verba indenizatória

R$ 82 mil de verba de gabinete

Fonte: Diário de Pernambuco

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