Mais do que qual o time entrará em campo neste sábado contra o Botafogo, a pergunta mais repetida no Flamengo é o que será de Jorge Sampaoli em caso de derrota no clássico pelo Brasileiro.
No momento, o argentino é bancado pelo presidente Rodolfo Landim, que na última semana lhe deu um novo voto de confiança para implementar a reformulação pretendida para o elenco.
Mas no entorno de jogadores e demais dirigentes a sensação geral é que será complicado segurar Sampaoli até o jogo com o São Paulo nas finais da Copa do Brasil, em caso de uma derrota.
Mais do que o placar, o desgaste acumulado e as constantes mudanças no time deixam a sensação de que o treinador não tem mais da onde tirar para mudar o atual panorama.
Há quem entenda que manter Sampaoli no cargo para as finais será assinar um atestado de culpa na ocasião da perda do título para o São Paulo nos jogos dos dias 17 e 24 de setembro.
Uma mudança de ares a alguns dias das finais é vista internamente como a chance de salvar o ano. Por outro lado, a saída representaria um cenário de incertezas, sem falar na questão financeira.
Sampaoli tem contrato até dezembro de 2024 e para demitir o técnico será necessário pagar uma multa alta. O Flamengo já tem perdido esses valores com outros profissionais nos últimos anos.
Mais do que a multa, o clima entre Sampaoli e o elenco, que é de terra arrasada, ficaria insustentável para que se buscasse nova motivação. O clássico com o Botafogo é o último ato nesse sentido.
Salvar o ano
Portanto, a vitória é mais do que nunca um fator para dar sobrevida ao treinador. Sampaoli sabe que a situação no Flamengo é de fim de ciclo e tenta esticar a corda até o fim da temporada.
Entre os dirigentes, fica a mesma intenção, de salvar o ano, evitar prejuízo, e acelerar a reformulação assim que possível, com a saída de alguns jogadores e a chegada de uma nova comissão.
A troca no meio ou no fim da temporada também representaria a possibilidade de mudanças na estrutura do departamento de futebol. Hoje, ela é evitada a todo custo no Flamengo.
O vice de futebol Marcos Braz e o diretor Bruno Spindel seguem com respaldo de Landim, mais do que pelos serviços prestados, mas por serem aliados pessoais e até políticos no clube.
Os próximos passos dependerão não só de resultados, mas de possíveis costuras que precisarão ser feitas para que se corte na própria carne, mas sem ir tão fundo assim.