Como foi a morte de um inocente em Boa Viagem

 

Leiam o depoimento de João Emílio de Paula Ribeiro, que fez uma homenagem ao amigo Cláudio Bezerra Bandeira de Melo, que morreu ao acaso na sexta-feira em Boa Viagem.

 

“Perdi agora um dos melhores amigos no inicio da noite de hoje. Apesar de frequentar poucos bares, ia nesse só para vê-lo, ele era assíduo frequentador. Um bar de calçada em Boa Viagem, zona sul de Recife. Era uma terapia, suas estórias e ilações, sempre com lentes de aumento e alegria contagiante eram um deleite. Era único e singular!

Eu saí desse lugar, há exatos 10 minutos antes da tragédia.

O acontecido é simplesmente inacreditável! Um agente do sistema carcerário estadual, fornecedor desse bar nas horas vagas, suponho, chegou na calçada com esposa, uma filha moça e um rapaz pré-adolescente. Ele achou que um cliente do bar esteva olhando em demasia para elas, perguntou o que estava havendo. O cliente, que era coronel, respondeu: não estou olhando nada, vá se f…!

O agente penitenciário do Anibal Bruno não gostou e sacou sua arma, para intimidar, disseram as testemunhas, o coronel cliente pegou sua arma na cintura e começou o tiroteio. Só que entre os dois haviam vários clientes. Foram alvejados Ekel Pires, que faleceu no local, Mauro Vasconcelos que está em estado grave no Hospital da Restauração, Eduardo Insfran que está fora de riscos no Hospital Português.

O agente penitenciário Ricardo faleceu no Hospital Santa Joana, não tenho certeza absoluta do hospital. O coronel cliente chamado Dinamérico está em estado gravíssimo no Hospital Português e até sem condições de ser operado.

Mas o que importa e não podia acontecer, aconteceu. Faleceu no Hospital da Restauração meu amicíssimo Cláudio Bandeia de Melo, que alguns conheciam como “Gago”. Gente amiga, amplo, alto astral, solidário e exemplar.

Estou sem chão e em prantos, escrevendo sem a menor condição emocional.

Alice, sua esposa e Dona Lilian, sua mãe contem comigo.

Que Deus lhe guarde em algum lugar mais que especial, aqueles lugares para os raros”.

Fonte: Blog Ricardo Nunes

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