Compesa manobra Adutora para não depender de água da transposição do São Francisco
O secretário de Recursos Hídricos do Estado, Almir Cirilo, revelou, nesta segunda-feira, em evento da Compesa, na capital pernambucana, que o governo Eduardo Campos está trabalhando para que a Adutora do Agreste não dependa das águas da transposição do São Francisco.
“A adutora vai funcionar até mesmo sem água da transposição. Vamos ter uma oferta de água de outras fontes, por meio da perfuração de poços ou novas barragens, para termos cargas, nos quatro lotes da adutora, já na metade do próximo ano”, informou o secretário.
A gambiarra será necessária porque para que a água do São Francisco aporte na Adutora do Agreste seria a interligação por meio de um ramal específico, que não foi ainda sequer licitado pelo governo Dilma. O ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, deixou o governo Federal sem lançar a licitação, deixando-a apenas encaminhada.
Almir Cirilo contou que, em função da necessidade do Ramal do Agreste, a água do São Francisco só estará disponível em 2017 ou 2018.
A Adutora do Agreste é tocada por um grupo de empreiteiras contratadas pela estatal e feita com recursos federais e estaduais. A obra é uma das maiores em curso no Brasil. Ela vai levar água do São Francisco para 68 municípios de Pernambuco, com a previsão de beneficiar com água cerca de 2 milhões de pessoas, em 80 localidades. Atualmente, 10% da obra já foi realizada. No total, são cerca de 420 quilômetros de extensão. Já foram concluídos 42 deles. De R$ 993 milhões previstos, foram empregados apenas R$ 71 milhões. Com 440 empregos gerados hoje, serão cerca de 2 mil no pico das obras.
Para Cirilo, a conclusão da adutora também vai ajudar, além do abastecimento humano, a uma retomada industrial das áreas que não contavam com água para a produção, no Agreste do Estado. “As grande barragens vão ser indutoras do desenvolvimento. Serro Azul, por exemplo, vai ajudar na expansão industrial de Suape”, disse.
Fonte: Jamildo Melo