Confederação Brasileira de Voleibol é investigada por suspeita de desvio de R$ 52 mi

Suspeitos foram denunciados por furto qualificado, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro

Redação
(Foto: Divulgação/ MP-RJ)
(Foto: Divulgação/ MP-RJ)

 

Uma operação Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cumpriu mandados em diversos bairros da cidade de Saquarema, nesta quinta-feira (20), para investigar um suposto esquema de desvio de R$ 52 milhões.

Entre os alvos da investigação estão as sedes da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV); a residência de Ary Graça Filho, ex-presidente da CBV e atual presidente da Federação Internacional de Voleibol (FIVB); Fabio André Dias Azevedo, ex-superintendente da CBV e atual Diretor-Geral da FIVB; e Antônio Peres Alves, ex-prefeito de Saquarema.

Conforme o delegado Thales Nogueira, a investigação identificou, após uma fiscalização realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que haviam sido instalados dois pequenos escritórios no município para atuar de forma fictícia, com o intuito de beneficiar mais de mil empresas entregando concessões fiscais na ex-gestão municipal.

A suspeita é que os integrantes da organização repartiam o dinheiro obtido com as centenas de contratos de sublocação. A quebra do sigilo fiscal e relatórios de inteligência financeira produzidos pelo COAF apontou a existência de crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio por meio de compra e venda de imóveis por valores abaixo do valor de mercado. Os suspeitos foram denunciados por furto qualificado pela fraude, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Em nota à CNN Brasil, a CBV confirmou o cumprimento de mandado por parte da Polícia Civil nas cedes na Barra da Tijuca e na cidade de Saquarema. “Funcionários da confederação prestaram todo o auxílio às autoridades policiais que buscavam documentos relativos a um suposto esquema de fraude tributária que teria contado com o auxílio do ex-presidente da CBV, Ary Graça Filho”, afirmou.

“A atual gestão da confederação cooperará integralmente com a investigação e, se forem comprovados prejuízos financeiros à CBV, tomará todas as medidas necessárias para que estes valores sejam integralmente ressarcidos à comunidade do voleibol”, completou a nota.

A assessoria de Ary Graça também se manifestou e explicou que o presidente da Federação Internacional de Voleibol está em Lausanne, seu local de residência por causa do trabalho, mas o advogado já foi acionado para tomar as medidas necessárias para contestar as alegações.

“Ary Graça prestou todos os esclarecimentos à época em que as alegações foram levantadas e, após seu pronunciamento, não houve qualquer ação resultante por parte da justiça brasileira. Como anteriormente, ele se coloca à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos”, afirmou.

A prefeitura de Saquarema também foi procurada e explicou que a operação “não é referente à atual gestão e não envolve a atual Prefeita, Manoela Peres”. “A lei de incentivo fiscal foi criada em 2003, gerando novas receitas para o município. A legislação foi inspirada nos municípios de Barueri-SP e Rio Bonito-RJ. Se alguma empresa usou a lei para se beneficiar de forma ilegal, não cabe à Prefeitura a responsabilidade do ato”, completou.

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