Consolidação de perda do PP para Bruno mostra baixo grau de interesse do governo em Geraldo Jr.
O anúncio oficial do apoio do PP à candidatura à reeleição do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), previsto para esta noite, é talvez até aqui, neste momento inicial de articulações com vistas à pré-campanha, a primeira grande demonstração do baixo grau de interesse do governo baiano em alavancar o nome do seu candidato, Geraldo Jr. (MDB).
A bem da verdade, o apoio a Bruno foi puxado pelo ex-deputado Cacá Leão, figura próxima tanto ao prefeito quanto ao ex, ACM Neto (União Brasil), para quem defendeu, desde o primeiro momento, o apoio do PP para o governo da Bahia em 2022, mesmo quando o partido ainda permanecia na base do governo Rui Costa (PT), do qual seu pai, João Leão, hoje deputado federal, era vice.
A campanha estadual foi deflagrada, ocorreu um qui-pró-có na base governista até o lançamento do nome do governador Jerônimo Rodrigues para a sucessão, o PP rompeu com o governo, apoiou Neto e Cacá foi nomeado chefe da Casa Civil da Prefeitura. Forçados pelo rompimento, praticamente todas as lideranças do partido, inclusive os deputados, acompanharam Leão no apoio a Neto.
Com a derrota do ex-prefeito, no entanto, e montado o governo Jerônimo, os deputados acharam que era hora de voltar para a base estadual, apesar de o PP ter tido seu espaço cativo redividido, inclusive com o MDB, que, em movimento inverso, deixara Neto para apoiar Jerônimo, indicando Geraldo Jr. à sua vice. Mas os deputados sempre se queixaram de que nunca foram plenamente readmitidos no governo.
Apesar de entenderem que seria difícil trazer Cacá de volta para a base estadual, o que apontava para a manutenção de um partido com os pés nas duas canoas – do governo e da Prefeitura -, como muitos fazem, os parlamentares tinham a expectativa de que a campanha municipal, especialmente em Salvador, reabrisse as portas do governo para a sigla.
Como o executivo não se movimentou, até o deputado federal Mário Negromonte Jr., presidente estadual do PP, que não embarcou na campanha de 2022 de Neto com vontade, mantendo sempre uma linha de aproximação com o governo, resolveu se juntar a Cacá para consolidar o apoio a Bruno. Embora não se acredite que os deputados do PP assumam hoje um candidato em Salvador, se tivesse interesse em ajudar Geraldo Jr. o governo não deixaria a legenda escapar.
Com o PP, Bruno agrega à campanha mais tempo de TV, além de dinheiro do fundo eleitoral, fazendo, em termos partidários, um a zero no concorrente do governo ainda no pré-treino.
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