Continua firme a greve dos eletricitários no País
Thalita Bezerra – Ação Popular
Os trabalhadores eletricitários decidiram decretar greve por tempo indeterminado desde a última segunda-feira (15), devido à falta de avanço nas negociações do Acordo Coletivo da categoria e a defesa do patrimônio nacional – onde as políticas adotadas pela Presidenta Dilma Roussef (PT) coloca o parque estatal do setor elétrico em um viés de precarização e sucateamento.
Em Sobradinho, 95% dos chesfianos mantêm a tradição luta com participação ativa na greve. “Esta é uma campanha que tem aspectos importantes para serem levados em conta. Uma delas é que o governo Dilma mostra incoerência no trato com os trabalhadores. Não podemos admitir que esta situação persista. Com essas políticas há uma ameaça de no futuro essas empresas serem inviabilizadas e sustentarem politicamente um discurso de que elas sejam privatizadas”, disse o Diretor Regional do Sindicato dos Eletricitários da Bahia – SINERGIA, Gilberto Santana que acompanha a greve em Paulo Afonso, Usina de Xingó e Itaparica.
“A Chesf sofre um corte no orçamento em cerca de 50%, tomou não só um prejuízo econômico, mas um prejuízo político incomensurável que é a ausência por razão do seu PID (Programa de Demissão Incentivada) de mais de 1800 trabalhadores que se desligam agora e com certeza vai ocasionar o que chamamos de perca de memória técnica. Os nossos trabalhadores querem ganho real, pagamento de um bom abono salarial e a manutenção das suas conquistas, isso para todos os trabalhadores sem diferença de nenhum”, exemplificou.
Com relação à questão do plano de demissão voluntária, Gilberto esclareceu. “Nas medidas do governo no sentindo de enxugar o quadro essa é uma medida que consideramos menos traumática porque ela não demite involuntariamente, ela busca atender na empresas aqueles trabalhadores que já atingiram a sua aposentadoria, esse é um ponto positivo por parte na iniciativa no que tange ao respeito de querer enxugar o quadro”.
A mobilização em todas as empresas dos Eletricitários deve continuar forte. A greve tem tido grande repercussão na mídia, inclusive nos grandes veículos de comunicação. Portanto, o momento é de aumentar a pressão e conquistar uma Autoridade para as Condições do Trabalho – ACT que dignifique a categoria.
Diante de todos os descasos estampados na imprensa durante a gestão da Presidente Dilma Rouseff (PT), Gilberto afirmou que está decepcionado e frustrado com o trabalho que o PT vem fazendo no Brasil. “Eu sempre fui idealista, eu quero mudar e sonho com uma sociedade mais justa e igualitária. Ainda sou revolucionário e quero ver as coisas acontecerem, elegemos um programa inaugurado pelo maior e melhor presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva o qual eu ainda apoio, no programa diz que o estado deve ser indutor do desenvolvimento e para que isso aconteça às empresas estatais tem que desempenhar os seus papeis e está sobre controle total do governo, bem nutridas, fortalecidas, soberanas, autônomas e com os seus trabalhadores com a auto-estima bem elevada e não é isso que estamos vendo atualmente no governo Dilma, o projeto que ela vem fazendo vai à contramão da carta programática que o povo brasileiro escolheu ao eleger alguém da legenda do Partido dos Trabalhadores. Dilma vem fazendo medidas neoliberais e que pregam o estado mínimo e isso não concordamos. Queremos que a presidenta volte atrás do seu ideário de agradar o poder econômico, a burguesia e a FIESP e faça aquilo que o povo autorizou quando o elegeu. Essa medida neoliberal é ultrapassada e só prejudica os trabalhadores”.