Coordenador da Caatinga lamenta a situação no Sertão do Araripe
Giovanne Xenofonte
Thalita Bezerra – Ação Popular
O Coordenador do Centro de Assessoria e Apoio aos trabalhadores e Instituições Não-Governamentais Alternativas – Caatinga, Giovanne Xenofonte, lamentou a situação da seca causada no Sertão do Araripe. De acordo com ele, no sertão do Araripe, especificamente em Ouricuri os agricultores estão sofrendo bastante com a falta de investimentos principalmente por parte da prefeitura municipal.
“Antes das eleições muitos carros pipas estavam abastecendo as casas das pessoas necessitadas e depois das eleições alguns pipas sumiram da cidade e atualmente a situação voltou ao que era antes, os agricultores estão sem água e com os animais morrendo”.
Nem o mandacaru resiste
Para o coordenador, o governo precisa ter um plano de convivência com o semi-árido e dentro do plano, ações emergências para quando se caracterize um período de estiagem como esse as ações cheguem rapidamente. “As máquinas públicas ainda não estão preparadas para enfrentarem um período desses, mesmo as ações sendo anunciada a efetivação do que foi acordado demora muito, a exemplo dos empréstimos bancários, onde os bancos hoje são superlotados de projetos e os funcionários não dão de conta, é necessário aumentar o efetivo nos órgãos para que as coisas aconteçam”.
Para o agricultor Orlando Silveira o que existe é muita propaganda e nada de ação. “Todos sabem que o governador está fazendo campanha para presidente com o dinheiro do estado, inclusive do Governo Federal, está atirando com a pólvora dos outros. Muitos agricultores continuam passando necessidades enquanto eles fazem festa a exemplo do que está acontecendo em Exu no aniversário de Luiz Gonzaga com a presença de deputados e assessores. Os programas de ajuda as famílias carentes não contemplam a todos onde a maioria não tem nem o que comer em suas casas, se não fosse o Bolsa Família do Governo Federal esse povo já teria morrido de fome. Na verdade o que existe é muita propaganda para pouca coisa”, lamentou.
A caatinga queimada
Na quarta-feira, o ministro Fernando Bezerra Coelho anunciou em Brasília que até fevereiro do próximo ano o Governo Federal vai disponibilizar mais R$ 400 milhões em créditos, por meio do Banco do Nordeste, para apoiar agricultores que vivem em estados atingidos pela estiagem. A linha emergencial de crédito disponibiliza recursos pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), operado pelo BNB, para concessão de crédito de investimento, capital de giro e custeio agrícola e pecuário. O limite de crédito varia de R$ 12 mil a R$ 100 mil, com juros de até 3,5% ao ano.
Enquanto a ajuda não chega agricultores continuam convivendo com o drama da seca.