Coordenadora da APLB Curaçá rebate crítica de prefeito e leva caso ao conhecimento da regional

Luzia França Dantas
Luzia Dantas
Os coordenadores Genilda Bahia, Luzia Dantas e Cléber da Silva levaram o fato ao conheceimento de Antonio Carlos, coord. regional
Os diretores Genilda, Luzia, e Cléber levaram o fato ao conhecimento da
coord. regional
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Assembléia da categoria
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Apitaço pelas ruas
 
 Da Regional
Na última quarta-feira (23), professores da Rede Municipal de Ensino de Curaçá (BA) paralisaram as atividades, alegando que não foram atendidas as reivindicações negociadas com a Secretaria de Educação. Em virtude de denúncias contra o Governo Municipal, os professores fizeram um ‘apitaço’ na frente da Prefeitura e da Secretaria de Educação.
A coordenadora da APLB-Sindicato, Núcleo de Curaçá, Luzia França Dantas veio a público manifestar a insatisfação dos professores do município ao longo desses 10 meses de 2013. “Paralisamos dia 23, e fomos surpreendidos quando a secretária de educação colocou na cidade um carro de som, anunciando que era para os alunos irem pra escola, que teria aula normalmente. Os professores diante disso se revoltaram com o desrespeito da Secretária de Educação, sabendo que os professores estavam em assembleia discutindo as questões da Educação em Curaçá, que estão sendo gritantes,  se revoltaram e foram às ruas para mostrar à sociedade que de fato estavam paralisados, e que querem discutir esses problemas”, relatou Luzia.
 
Repressão
 
Segundo a coordenadora, o prefeito tinha decretado ponto facultativo na sexta (25), mas a secretária de educação do município, Elaine Franco teria ido às escolas e ameaçado os professores com o corte do ponto. “A gente ainda não tinha decretado greve, foi uma paralisação de alerta, no dia 24 enviamos ofício informando que a partir do dia 28 se não houvesse negociação favorável com a categoria, nós estaríamos entrando em processo de greve. Dia 25 a secretária intimidou, não sabemos se vai cumprir, mas a ordem para os diretores foi que cortasse o ponto, sendo que era ponto facultativo decretado pelo prefeito”, contou a coordenadora, que informou ainda que a secretária teria solicitado que os professores trabalhassem no dia do servidor público, “no dia de feriado nacional, os professores não foram porque estavam em greve, mas os servidores de apoio foram trabalhar com medo da perseguição. É bom que se registre, que extrapole Curaçá para que as pessoas tomem conhecimento que coisas desse tipo, que para a gestão pareça insignificante, isso representa muito para uma categoria que conhece seus direitos. É uma agressão que a gente vem sofrendo por parte da gestão”, relata.
Carne comprada não chega às escolas
 “Em Curaçá falta merenda escolar, o aluno tem merenda repetida várias vezes, e o município tem carne de bode comprada a RS 25,00 o quilo, e na maioria das escolas não chegou. Essa carne foi comprada com recurso do Programa de Alimentação Escolar, e quando isso é feito tem que destinar a todas as unidades. Na maioria delas, os professores afirmam que não recebeu carne de bode, como Riacho Seco e Barro Vermelho”, disse Luzia.
A coordenadora reforça a ideia de que o recurso existe, o que falta o bom gerenciamento dos recursos. “Em relação aos recursos e principalmente quando esses recursos não são administrados de maneira responsável e transparente, fica pra nós um questionamento: não existe um compromisso da administração em cumprir acordos ou realmente o dinheiro desapareceu?”, questiona.
Dos dias 1 a 4 de novembro acontecerá a formação das comissões nas escolas e no dia 5 de novembro terá uma nova assembleia, para decidir se a categoria mantém a greve ou se retornam as atividades.
 
Polêmica
A Coordenadora rebateu as críticas do prefeito do município, Carlos Brandão, que em entrevista ao Ação Popular , disse que o movimento não era da APLB e sim de um grupo político. “Eu não tenho filiação partidária, embora tenha minha posição política bem definida, estou à frente da APLB e nossa intenção foi primar pelo diálogo, pela negociação, nós somos profissionais e estamos representando o sindicato, onde a gente está presenciando tudo isso e não podemos fechar os olhos pra essa situação. A APLB defende a política da Educação”, respondeu.
 Funcionários em atraso
“É bom que diga a sociedade o que está sendo feito dos recursos, já que não está chegando em forma de garantia de direitos para o servidores, e não está conseguindo cumprir com o pagamento de servidores contratados, com pagamentos de motoristas, com a merenda escolar. No Colégio Ivo Braga que é o maior da sede, a gente já vem denunciando e pedindo que se resolva. Os alunos estão fazendo maratona até a sala para garantir uma cadeira para não sentar no chão. Ai eu pergunto, que bandeira é essa desse prefeito?”, disse a coordenadora.
A coordenadora informou que estão aguardando o advogado para enviar as denúncias ao Ministério Público “Vamos fazer uma representação junto ao Ministério Público, porque a situação é crítica em relação a aplicação dos recursos da merenda escolar e aplicação dos recurso do FUNDEB, temos servidores contratados que estão com salários três meses em atraso.  Não dá mais para ficar esperando que a Administração Municipal tenha bom senso”, finalizou Luzia.
Em contato com a reportagem do AP o diretor regional da ALPB, Antonio Carlos dos Santos, evitou fazer comentários sobre as denúncias antes que a assessoria jurídica do sindicato analise o fato.
 
Inúmeras denuncias:

• Superfaturamento nas compras da merenda escolar; 

• Superfaturamento na contratação da empresa que é responsável pelo transporte escolar; 

• Falta de cadeiras para alunos e professores; 

• Acumulo de trabalhos na comissão de Gestão do Plano de Carreira do Magistério, a qual a secretária da pasta é a presidente, e, no entanto por mais que tivéssemos solicitado, que a mesma desse andamento nos trabalhos da comissão, hoje nós encontramos na eminência de sermos prejudicados com uma gratificação que vai de 5% a 15%, a depender do desempenho do profissional, porque a secretaria de educação ainda não realizou a avaliação profissional dos mesmos; Além de acumular prejuízos com relação a mudanças de classe e de nível.

• Merenda que é servida com muita frequência (suco com biscoito)

• Falta de merenda em algumas escolas do interior do município

• Frequência irregular dos alunos às aulas alegando falta de transporte escolar, visto que além de alguns transportadores faltarem e não colocarem substitutos, ainda paralisaram em algumas localidades por falta de pagamento;

• Não Correção do Piso do Magistério;

• Constantes quebras de acordos firmados com o Sindicato

• Início tardio do ano letivo, o que poderá implicar no descumprimento dos 200 dias letivos;
* Pais de alunos sendo ameaçados de perder o cartão Bolsa Família, do Governo Federal, caso os filhos não compareçam as aulas       em dias de paralisação da categoria.
 Até o fechamento desta matéria tentamos contato com o prefeito Carlos Brandão e com a secretária de educação, Elaine Franco e não conseguiu. 

 

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