Corpo de sargento da PM morto em tentativa de assalto é enterrado

Marcelo Morais foi enterrado no Cemitério da Saudade, em Sulacap
Marcelo Morais foi enterrado no Cemitério da Saudade, em Sulacap Foto: Márcio Alves / Extra
Marina Navarro Lins

O enterro do sargento da Polícia Militar Marcelo de Morais, de 46 anos, na manhã deste sábado, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, encerrou uma semana sangrenta para a corporação. Ele foi morto numa troca de tiros com dois bandidos quando estava a caminho do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap), por volta das 6h30m desta sexta-feira. O cabo que estava com ele no momento, Antônio Carlos Dias Leite — também lotado no 16º BPM (Olaria) —, conseguiu se salvar com a ajuda de um homem que pegou a arma e acertou um dos criminosos.

O cabo Antônio Carlos Dias Leite sobreviveu aos criminosos e recebeu o carinho dos amigos no enterro
O cabo Antônio Carlos Dias Leite sobreviveu aos criminosos e recebeu o carinho dos amigos no enterro 

Filha mais velha do sargento, Marcele Morais, de 26 anos, disse que a maior paixão do pai era o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), do qual fez parte por quase 15 anos.

— Meu pai tinha um Gol preto com vários adesivos de caveiras em homenagem ao Bope. Era o verdadeiro amor dele — contou Marcele.

— Ele era muito caxias, sempre seguiu todas as regras. Só desafiou a minha avó ao entrar na polícia, ela era totalmente contra.

Marcele Morais, filha da vítima, diz que Bope era a paixão do pai
Marcele Morais, filha da vítima, diz que Bope era a paixão do pai Foto: Márcio Alves / Agência O Globo

Segundo a filha, Marcelo entrou para o Exército aos 18 anos e sonhava em ser militar. Como sua namorada da época ficou grávida, precisou adiar o sonho. Aos 26, entrou para a PM:

— Sempre defendi o meu pai. Ele nunca deixará de ser o amor da minha vida.

Para o tenente-coronel Teixeira, comandante do 16º BPM, Marcelo era um policial muito técnico, que vivia se atualizando.

— Ele gostava muito de estudar. Tanto que, no momento do crime, estava a caminho do estágio de aplicações técnicas. Era um grande companheiro, unia o nosso grupo – afirma Teixeira.

Policiais fazem homenagem a Marcelo Morais
Policiais fazem homenagem a Marcelo Morais Foto: Márcio Alves / Extra

O comandante acredita que a recente onda de violência contra policiais se deve a uma reorganização dos grupos criminosos. Ele garante que o episódio não vai abalar o trabalho no batalhão:

— Em homenagem a Marcelo, vamos trabalhar ainda mais. Sobre a ação do homem que ajudou os dois PMs, não posso falar muito. Não recebi muitas informações. Esse é o momento de amparar a família.

O cabo Antônio Carlos apareceu com um braço e uma perna enfaixada. Ele não quis dar o seu depoimento.

Líder da chamada “bancada da bala”, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP) também compareceu ao enterro.

— Virou rotina matar policial. Temos que botar um freio na defesa dos direitos humanos. Esses grupos só defendem bandidos – disse o deputado, sempre cáustico.

Fonte: Extra

 

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