Crime eleitoral com ameaça de morte são denunciados em Pilão Arcado – Parte 1
Ação Popular (AP)
O clima no município de Pilão Arcado, Bahia, depois das eleições continua tenso devido às denuncias de suposta compra de votos, ameaça de morte, dentre outras coisas, sendo que os fatos foram registrados na Delegacia de Polícia local com apreensão de material que serviria de moeda de troca de votos no último pleito para prefeito e vereador. Depois das denúncias, pessoas foram obrigadas a deixarem à cidade temendo por suas vidas.
Em um dos depoimentos, datado de 9 de outubro do corrente ano – sete dias depois das eleições -, ao Delegado Arnóbio Dionísio Soares e ao escrivão Dourivaldo J.Oliveira e Silva, o Senhor Robens José de Jesus, na condição de testemunha quando confirmou o seguinte fato : “Que trabalha na Alexandre Construções, e que na semana da eleição , o Senhor Afonso, candidato a prefeito eleito e o Senhor Rogério, candidato a vereador, chegaram na referida loja e compraram quarenta metros de cerâmica e treze pacotes de argamassa, cada pacote pesando quinze quilos, cujo total não sabe, que no dia 01/10/2016 por volta das 15:30h, a camionete do tipo Montana, de cor verde, a qual transportava materiais para a referida loja, foi fazer entrega do referido material na casa do senhor Arnaldo que pediu no dia da entrega, para que o carro ficasse dentro da casa, para que ninguém presenciasse a entrega do material“.
Ainda de acordo o depoente, “no momento da entrega do material, tanto Rogério como Afonso, disseram que não fizesse nota pois poderia dá pepino“. Eles ainda pediram para que o mesmo fosse conivente com o suposto crime eleitoral na hora de algum esclarecimento.”Disseram para mentir no sentindo de que jamais foi Afonso e Rogério que compraram o material para entregar em troca de votos“.
Além da doação da cerâmica e do argamassa, outro produto foi citado por Robens como moeda de troca pelo voto. “Uma caixa d’água na rua Bandeirante, próximo ao Bar de Genó, cujo mandante foi Afonso, nos dois lugares“.
Ele ainda citou que o fato foi filmado pela pessoa de André Luiz Caetano da Silva. “Foi feita pela pessoa de André que perguntou a esposa de Arnaldo quem tinha feito a oferta em troca de votos dos citados materiais“.
Coação e ameças de morte
“Depois da eleição várias motos e outros veículos transitaram em frente a casa do interrogado, procurando pessoas da Rua, se o mesmo morava no local, inclusive uma Hillux branca e uma pessoa numa moto com capacete e bolsas nas costas, não havendo nenhuma indicação (…) O proprietário da Alexandre Construções, o demitiu na segunda-feira, após as eleições”. Ele afirmou que “recebeu muitas ligações restritas em horário posterior às 23h, que está se sentindo coagido e até ameaçado de morte“.
Mais outro fato
Além de Robens José de Jesus, mais outra pessoa compareceu à Delegacia de Polícia, desta vez foi André Luiz Caetano da Silva. No dia 10 de outubro, ele afirmou em depoimento para o delegado Arnóbio Soares que no “dia 30 de setembro , por volta das 17:30h, que ao visitar a esposa do Senhor Arnaldo, presenciou a chegada do veiculo de marca Montana, cor verde, conduzida por Robens, carregada de cerâmica e argamassa, que a esposa de Arnaldo disse para o depoente que o material teria sido enviado pelo candidato a vereador Rogério Luiz, e o candidato a prefeito Manoel Afonso Mangueira em troca de votos”. Ele afirmou ainda que “depois de ouvir tal confissão por ser evangélico se sentiu envergonhado por querer justiça e a coisa limpa, resolveu então gravar conversa da esposa de Arnaldo“.
Durante a gravação, ele afirmou que a esposa de Arnaldo confessou o crime. “Ela disse que o material tinha sido dado pelo candidato a vereador Rogério Luiz e o candidato a prefeito Afonso Mangueira“. Mesmo sabendo que poderia correr o risco de morte, André decidiu divulgar o fato via whatsapp. “Passei a receber provocações e insinuações, sendo obrigado a sair da cidade na sexta-feira, dia posterior à eleição“.
