‘Criminalização da política me causou angústia’, diz Aras sobre Lava Jato
Procurador-geral afirmou não ter feito nada contra a operação, apenas reconstituindo a “organização que se deve ter em todo ambiente público”
O procurador-geral da República, Augusto Aras, fez uma série de críticas à Operação Lava Jato durante entrevista à TV Band. Ele comentou que se ofereceu para o cargo da PGR por ver que as atuações da força-tarefa da Lava Jato não estavam corretas e que isso traria grandes problemas. O programa Canal Livre debateu a atuação e a posição de Aras na Força Tarefa da Lava Jato.
“Em algum momento eu vi a criminalização da política, e eu aprendi que quem não faz política, faz guerra. Aquilo me causou uma angústia. Eu não fiz nada contra a Lava Jato, eu apenas reconstituí a organização que se deve ter em todo ambiente público”, afirmou.
Aras também foi perguntado se os envolvidos nos atos golpistas no dia 8 de janeiro serão devidamente condenados pelos crimes definidos pela PGR. “O trabalho é de autoria do colega Carlos Frederico Santos, não é do PGR, ele representa a procuradoria geral da república. Eu nunca interferi em nenhuma câmara e em nenhuma delegação. A minha observação é técnica. Vão ter que excluir crimes de menor potencial e o Supremo Tribunal Federal vai aplicar os princípios adequados para chegar a qual crime ou não deve ser aplicado”, comentou.
Sem a perspectiva de Lula escolher um nome da lista tríplice destacada pelo Ministério Público Federal, o próprio Aras também estaria no páreo. Entre os possíveis sucessores de Aras estão os subprocuradores Paulo Gonet e Antônio Carlos Bigonha.