Criminosos derreteram obras roubadas do Parque das Esculturas

Dez pessoas foram indiciadas por envolvimento no roubo de obras de arte de Francisco Brennand. Peças fora retiradas do Parque das Esculturas, no Centro do Recife.  Segundo a polícia, as peças viraram sucata e acabaram sendo derretidas.

Um dos crimes registrados no parque, na frente do Marco Zero do Recife, ocorreu em dezembro de 2020. Foram roubados uma serpente de bronze, que tinha cerca de 20 metros de comprimento e 1,5 metro de altura, e diversos pássaros.

Durante entrevista coletiva concedida, nesta segunda, na sede da Polícia Civil, no Centro da capital pernambucana, o delegado Felipe Monteiro detalhou as investigações. Segundo ele, entre os indiciados estão responsáveis diretos pelo crime e receptadores das obras de arte.

Serpente foi retirada do Parque das Esculturas, no Recife

Em fevereiro deste ano, cinco homens foram presos pelo crime. A operação foi intitulada de Serpente Marinha, em referência a uma das obras roubadas.

“Ficou comprovado envolvimento de cinco maiores de idade e de três adolescentes. Já representamos pela prisão cautelar dos adultos. Também concluímos que houve a participação de dez pessoas em toda a empreitada criminosa”, afirmou o delegado.

O policial explicou que os cinco adultos foram presos por furto qualificado e associação criminosa. Também houve a participação de três adolescentes, que praticaram infrações “análogas a esses crimes”.

“Também conseguimos comprovar a participação de responsáveis por dois estabelecimentos comerciais que compraram os produtos do furto. Os proprietários foram responsabilizados por receptação qualificada. Eles são do Recife e de Paulista”, acrescentou o delegado.

O delegado informou, durante a coletiva, que os homens indiciados usaram pequenos barcos para pegar as obras e levar até a margem do Rio Capibaribe. Depois, eles colocaram em carros para entregar aos estabelecimentos comerciais.

Em agosto de 2020, trabalhos no Parque das Esculturas já estavam danificados — Foto: Reprodução/WhatsApp

“A gente não tem certeza se os donos dos estabelecimentos sabiam exatamente que eram obras de arte. Mas eles têm que entender a legislação e saber que não podem comprar material dessa maneira. Foi demonstrada a prática criminosa”, afirmou.

Felipe Monteiro afirmou que a polícia não conseguiu recuperar as obras roubadas do Parque das Esculturas. Ainda de acordo com o delegado, essas peças passaram por várias etapas até serem derretidas.

Depois de fracionadas, elas foram vendidas em diversos municípios no Grande Recife e até em outros estados. Primeiro, as obras passaram por um estabelecimento comercial menor, no Recife, e depois para uma empresa maior, em Paulista.

“Assim, elas foram parar em Alagoas. Depois, tivemos conhecimento que os objetos tinham sido fundidos”, acrescentou Felipe Monteiro.

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