Criptografia no WhatsApp: veja em vídeo como funciona novo ‘sigilo’

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O WhatsApp começou a indicar na terça-feira (5) que está protegendo todas as conversas e chamadas feitas pelo aplicativo com uma tal de criptografia de ponta-a-ponta. Mas o que isso significa?

Embora o aviso mostrado nas conversas tenha assustado algumas pessoas, este é um recurso que não afeta o uso do app. O processo é todo automático e a criptografia apenas aumenta o sigilo das mensagens, fotos e vídeos que você envia pelo WhatsApp.

Se você quiser uma garantia ainda maior sobre sua segurança e privacidade, o aplicativo conta com um meio de verificar se a troca das chaves criptográficas – que permitem que a criptografia de ponta-a-ponta funcione – não sofreu nenhuma interferência.

Sem interferência
A criptografia de ponta-a-ponta, como o nome sugere, protege todo o trajeto da comunicação entre as pontas (os participantes) de uma conversa. Com ela, nenhum intermediário, nem mesmo o WhatsApp, deve ser capaz de interferir na conversa e obter o conteúdo que foi compartilhado.

Essa solução funciona a partir da troca de chaves criptográficas, a tecnologia responsável pelo processo que embaralha e codifica cada mensagem individualmente. A vantagem desse tipo de criptografia é que o processo é invisível e não exige nenhuma ação por parte dos usuários: as chaves são recebidas e utilizadas automaticamente.

Essa troca deve, idealmente, ocorrer diretamente entre os participantes de uma conversa. Isso dá trabalho e, no mundo real, sistemas de criptografia utilizam entidades confiáveis para verificar a legitimidade das chaves.

No caso do WhatsApp, a troca é intermediada pelo aplicativo. Isso significa que uma falha de segurança no app ainda pode permitir que um espião interfira no processo de troca de chaves, violando a segurança e a privacidade da comunicação do mesmo jeito que seria possível antes do WhatsApp adotar a criptografia de ponta-a-ponta.

Teste de confidencialidade
Como a comunicação passa a depender da segurança de um intermediário, o sigilo não está mais só nas mãos dos participantes da conversa. É por isso que o WhatsApp possui um meio de conferir se a troca de chaves ocorreu de maneira correta. Ou seja: se a chave recebida por seu amigo é a mesma que ele enviou, então está tudo certo e o processo ocorreu de maneira segura.

A verificação consiste em abrir o perfil de um contato no WhatsApp e clicar em Criptografia – o item com um cadeado. Depois, basta escanear o código QR que aparecer na tela. Em caso de segurança, o código se transforma em um tique verde.

O ideal é fazer isso pessoalmente, mas é possível usar outros meios, como uma videochamada. Junto do código QR também há uma série de números que pode ser usada para comparação por outros meios, como uma chamada telefônica.

A ideia principal é que a verificação não ocorra pelo próprio WhatsApp. Quanto mais confiável e menos sujeito a interferência ou grampos for o método usado na verificação, melhor será a segurança.

Ainda há riscos?
Mesmo com todos esses processos, um ataque é teoricamente possível. Criminosos ou espiões, porém, teriam uma dificuldade considerável para intervir no processo de troca de chaves, já que ele também é protegido por chaves criptográficas do próprio aplicativo.

Ao criar um meio de checagem manual, o WhatsApp demonstra compromisso com a segurança dos usuários e busca se isentar de qualquer acusação de colaboração com a espionagem governamental, como a que foi revelada por Edward Snowden.

Por outro lado, como o WhatsApp está intermediando essa troca, os desenvolvedores do aplicativo têm acesso às chaves que forem transmitidas. Isso, no entanto, não compromete o sigilo da conversa.

O sistema de criptografia usado no WhatsApp é “assimétrico”, em que a chave usada para codificar uma mensagem no envio não é a mesma usada para decifrá-la quando ela é recebida. A chave capaz de decifrar as mensagens é diferente para cada usuário e fica somente no aparelho de telefone, não sendo transmitida ao WhatsApp. É por isso que a empresa não tem acesso ao conteúdo das chamadas e conversas.

G1

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