O psiquiatra do Hospital Jayme da Fonte, Vitor Hugo Stangler, aponta que, em muito dos casos, o transtorno do pânico, que está entre os tipos de crise de ansiedade, se apresenta com sintomas parecidos com diversas doenças, fazendo com que o paciente procure outros tipos de especialistas que lidam com diversas patologias.
“Essas crises são caracterizadas por sintomas físicos corporais. O coração acelera, a pessoa fica com falta de ar, as mãos suam bastante, há tremores no corpo e formigamento. Essas crises têm duração de, aproximadamente, 30 minutos. Como são sintomas físicos, acabam sendo confundidos com adoecimentos cardiológicos, endocrinológicos ou pulmonares. Daí, o paciente não recorre, de primeira, ao psiquiatra. É importante buscar os outros profissionais para que as doenças clínicas sejam descartadas”, explica ele.
Tipos de crise de ansiedade
- Transtorno do pânico: tem início repentino e dura aproximadamente 10 minutos. Durante a crise, o paciente apresenta sensação de sufocamento, de falta de ar, de morte, taquicardia, além de tontura.
- Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): nesse quadro, o paciente se sente obrigado a realizar atitudes em resposta a algumas obsessões, como, por exemplo, pensamentos, imagens ou impulsos recorrentes. O TOC se caracteriza por compulsões que visam forçar o indivíduo a realizar algo. Caso não consiga, ele passa a apresentar quadro acentuado de ansiedade.
- Transtorno de ansiedade social ou fobia social: o indivíduo apresenta sinais em momentos mais sociais. Tudo pode ser observado enquanto ele come ou se apresenta diante de outras pessoas. Tremores em excesso, vermelhidão, dificuldade de concentração e sensação de desmaio estão entre os sintomas.
- Transtorno de ansiedade generalizada: não se apresenta em forma de ‘ataque’ e nem se relaciona com situações específicas. A pessoa se sente ansiosa por períodos mais longos, que podem se estender por meses ou anos. O paciente sente expectativa apreensiva ou preocupação exagerada.
Fonte: Ministério da Saúde
Tratamento individual
Os tratamentos para as crises são distintos, ou seja, cada caso é diferente do outro. Pelo fato de os transtornos apresentarem quadro multifatorial, os psiquiatras vão tratar dos casos, inicialmente, com acompanhamento terapêutico e uso de medicamentos.
“Como é um quadro multifatorial, a gente leva em conta as questões e as situações da vida que estão causando o transtorno, como, por exemplo, as alterações do trabalho ou da vida pessoal. A gente tenta abordar isso, durante o tratamento”, complementa Stangler.
Prevenção
O especialista acredita que a prevenção contra os transtornos de ansiedade, no geral, pode ser feita através da mudança de hábitos. Com isso, o paciente poderá sentir o resultado de forma mais eficiente.
“Existem cinco pilares que são importantíssimos para a prevenção de transtornos mentais como um todo. A realização de atividade física, uma alimentação saudável, noites bem dormidas, acompanhamento psicoterapêutico e manejo de estresse e de rotina estressante são importantíssimos para que a gente consiga fazer a prevenção desses transtornos”, finaliza o especialista.