Crise nas prefeituras provoca reação em Pernambuco
Da Redação
Alguns prefeitos de municípios pernambucanos estiveram ontem na sede da Armupe e ficaram assustados quando souberam que 92% das prefeituras estão penduradas no CAUC (Cadastro Único de Convênios).
Para quem não sabe, o CAUC funciona como o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) das prefeituras. Quem tiver seu nome inscrito nele fica impossibilitado de receber recursos da União para o seu município. Para complicar ainda mais a situação nas prefeituras, o Congresso Nacional poderá aprovar um piso salarial para os agentes de saúde e procuradores municipais, como se o caixa das prefeituras fosse ilimitado.
Em várias prefeituras do país, os prefeitos não tem mais como suportar as imposições do Governo Federal, e como consequência, estão demitindo funcionários, cancelando projetos relacionados à convênios para criação de Postos de Saúde da Família (PSF), por não ter recursos para bancar a sua contrapartida.
Prefeitos ligados ao Comanas (Consórcio dos Municípios da Mata Norte e do Agreste Setentrional) vão fechar a BR-408 (Recife-Carpina) no próximo dia 30 para chamar a atenção do governo federal para a crise financeira dos municípios.
“Tirando os prefeitos do PT, não conheço um em Pernambuco que manifeste entusiasmo pela reeleição da presidente Dilma Rousseff. Ao contrário de Lula, que deu mais atenção às prefeituras, ela só dá notícias ruins”, ex-prefeito de Itapetim, Adelmo Moura, assessor político da Casa Civil do Governo do Estado.
Já em determinadas prefeituras do país – inclusive da Bahia, gestores aproveitam o momento para praticarem casos de improbidade administrativa, a exemplo dos cosntantes desvios de recursos da educação, da saúde, de obras conveniadas, de recursos de emendas parlamentares para obras que são executadas por menos da metade, para beneficiar empresas laranjas ligadas a parentes e amigos que ajudaram no financiamento de campanha. E ainda como se não bastasse, muitos deles contratam empresas de faixadas, com valores elevados para executarem o serviço de transporte e a compra de merenda que nunca chega às escolas.
No meio desse festival de hipocrisia – e com todo o dinheiro evaporado -, os caras de pau procuram um subterfúgio para não pagar os prestadores de serviços e fornecedores, chegando ao ponto de demitirem funcionários e acusando a política econômica da Presidente Dilma Roussef pela falta de recursos. Nessas condições, não tem dinheiro que der.
Na região Norte da Bahia, três prefeitos vem trabalhando com honestidade, honrando seu compromissos, diferentemente de outros pelo país a fora: são os gestores dos municípios de Uauá, Casa Nova e Sobradinho.