Opinião
Em meio a uma vassourada na Perpart (antiga Emater e Cisagro, além de outros órgãos rurais), promovida pela governadora Raquel Lyra (PSDB), chegou a este blog, ontem, cópias do contracheque de Fábio Henrique, no valor de R$ 8.792,00, que, segundo consulta a vários servidores do órgão, nunca deu um só dia de trabalho na instituição.
O suposto “fantasma” não é uma pessoa qualquer. Trata-se do cunhado da governadora, irmão gêmeo de Fernando Lucena, ex-marido da tucana, vítima de um infarto fulminante no dia da eleição de primeiro turno para o Governo de Pernambuco, em outubro de 2022.
Numa simples consulta ao Portal da Transparência, é possível comprovar que Fábio passou a receber salário da Perpart, sem bater o ponto um único dia da semana, desde maio do ano passado. Se o cunhado da governadora estiver de fato na folha como fantasma, segundo todos os indícios, comprova, mais uma vez, que o discurso do “Estado de mudança”, da propaganda oficial, se revela numa tremenda farsa.
Em nota, o deputado Waldemar Borges (PSB) tomou as dores dos servidores demitidos. “Isso fragiliza tremendamente o apoio que precisa ser dado à agricultura familiar no Estado”, disse. Da tribuna, o parlamentar leu uma nota de repúdio contra as demissões, assinada pela Associação dos Empregados da Perpart, pelos Empregados do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA e pelos Ex-Servidores da Emater-PE – ASSER-PE, além do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Agricultura e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco (Sintape).
Não pega bem para uma chefe de Estado, embora eleita pelo clamor da comoção da morte do marido, tirar com uma canetada o pão da mesa de centena de servidores da Perpart, enquanto o portal da Transparência confirma um parente bem próximo dela, que nenhum servidor de carreira da instituição conhece, sugando dos cofres públicos mais de R$ 8 mil por mês.
“Os povos têm os governantes que merecem”, reza, apropriadamente, um velho adágio judaico.
Por: Magno Martins