Uma troca de mensagens entre o ex-juiz suspeito e senador Sergio Moro (União-PR) e seu suplente, o advogado Luiz Felipe Cunha, trouxe à tona bastidores da votação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF). As mensagens, obtidas pelo jornal O Globo, apontam que o ex-procurador e deputado cassado Deltan Dallagnol teria ficado “desesperado” com aprovação de Dino para a Suprema Corte.Na troca de mensagens com Moro, Cunha diz que Dallagnol estava “desesperado”. “Me ligou, mandou mensagem e etc”, escreveu o advogado em um trecho do diálogo. Em resposta, Moro diz que Dallagnol também o procurou. “Mandou msg aqui”, postou. “Falo algo aqui? “O que acha?”, completou. Cunha diz então o que escreveu ao ex-procurador sobre Moro. “Estarei ao seu lado sempre, por lealdade, por saber que você é um cara correto”.

Moro, que faz oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não declarou seu voto na sessão que aprovou o nome de Dino para o STF, o que gerou críticas e questionamentos nas redes sociais. Antes da sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Moro foi flagrado abraçando, rindo e conversando com Dino.

Minutos após Dino ter o seu nome aprovado pela CCJ, Moro recebeu um alerta via WhatsApp de um contato identificado como “Mestrão”. No diálogo, flagrado pelo jornal O jornal Estado de S.Paulo, Mestrão advertiu sobre a repercussão nas redes sociais e aconselhou o senador a não afirmar publicamente seu voto a favor de Dino. Moro respondeu afirmando que manteria seu voto em sigilo como medida de proteção contra retaliações.