Dallagnol foi promotor e juiz ao mesmo tempo

 

O procurador da República Daltan Dallagnol convocou uma coletiva de imprensa, em Curitiba, para apresentar as “evidências” (e não provas) de que o ex-presidente Lula era o verdadeiro “comandante” do esquema de corrupção da Petrobras. Com o seu conhecido fundamentalismo religioso, que o faz até “conversar com Deus”, Dallagnol não agiu como promotor e sim como político, o que não é bom para a democracia. É muito provável que Lula soubesse daquele esquema criminoso. Mas a forma como o procurador reportou-se a ele, chamando-o de “comandante do esquema de corrupção” sem apresentar provas, foi absolutamente imprópria e condenável no estado democrático de direito. Dallagnol agiu ao mesmo tempo com promotor e juiz, pois condenou antecipadamente o ex-presidente antes mesmo de sua denúncia ser aceita por Sérgio Moro. Procuradores que agem assim não elevam o prestígio do MPF, desgasta-o.

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O procurador Daltan Dallagnol agiu ao mesmo tempo como promotor e juiz na denúncia que fez contra o ex-presidente Lula. (Inaldo Sampaio)

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