De bom no relatório só a cláusula de barreira

Desertificação do Nordeste

Se não houver pedido de vistas, o relatório da reforma política será votado hoje na comissão especial da Câmara Federal. O parecer do relator Marcelo de Castro sugere que se implante o “distritão” (voto majoritário para a Câmara Federal), mandato de seis anos para os prefeitos eleitos no próximo ano e eleições coincidentes, de vereador a presidente da República, a partir de 2022. Voto majoritário para a escolha dos deputados só existe na Jordânia e no Afeganistão, o que significa dizer que esse modelo não interessa ao Brasil. Mandato de seis anos para os prefeitos eleitos em 2016 também não é uma coisa boa porque os diferencia dos que foram eleitos em 2012 para um mandato de quatro. E misturar eleição municipal com a de presidente seria um retrocesso porque os temas locais tendem a prevalecer sobre os nacionais. De positivo mesmo no relatório só há a cláusula de barreira, que é considerada inconstitucional pelo STF.

A Embrapa está realizando em Petrolina um simpósio sobre “desertificação do Nordeste”, mas esqueceu de homenagear o ecólogo pernambucano João Vasconcelos Sobrinho, precursor do estudo desse tema nos meios acadêmicos. Nascido em Moreno em 1908 e falecido no Recife em 1989, Vasconcelos Sobrinho começou a falar sobre a “desertificação do Nordeste” no final da década de 40. E como professor da UFRPE publicou diversos trabalhos sobre esse tema.

Por Inaldo Sampaio

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