De Renan Calheiros a Itamar Franco, cinco casos mostram que sexo e política caminham juntos

renan calheiros

Sexo e política caminham juntos? Casos internacionais como o do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton e do ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Belusconi provam que às vezes sim. Mas o Brasil não fica muito atrás quando o assunto é escândalo sexual. Casos assim já provocaram a renúncia do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quando ocupava o cargo dez anos atrás. Já atingiu também ex-presidente e ex-ministros. No Legislativo, não são raros os escândalos envolvendo pornografia. O Dia do Sexo é comemorado nesta terça-feira (6) e o Blog de Jamildo lembra cinco episódios da política nacional:

1. Renan Calheiros renuncia após caso Mônica Veloso

Os mais jovens podem não lembrar, mas o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que aparece na foto de abertura desta matéria, já ocupou o mesmo cargo até 2007. Acusado de ter despesas pessoais pagas pela empreiteira Mendes Júnior, hoje envolvida também no escândalo do Petrolão e em recuperação judicial depois da Operação Lava Jato, o peemedebista se viu obrigado a renunciar para não ser cassado. A denúncia foi de que um lobista da construtora, Cláudio Gontijo, pagava o aluguel de R$ 4,4 mil do apartamento onde a jornalista Mônica Veloso, com quem o senador teve uma relação extraconjugal, morava com a filha que teve com Renan. Além disso, a menina recebia uma pensão de R$ 12 mil mensais. Na época, o alagoano também foi acusado de usar “laranjas” para comprar emissoras de rádio e televisão no seu estado.

Vídeo foi visto no celular de João Rodrigues, do PSD de Santa Catarina (Foto: Nilson Bastian/ Câmara dos Deputados)
Vídeo foi visto no celular de João Rodrigues, do PSD de Santa Catarina (Foto: Nilson Bastian/ Câmara dos Deputados)

2. Deputados são flagrados assistindo pornografia durante votação da reforma política

A reforma política é uma das pautas mais cobradas ao Congresso. Porém, em maio do ano passado, quando a matéria era votada na Câmara, deputados foram flagrados assistindo a vídeos pornográficos no celular de um deles, João Rodrigues (PSD-SC). O parlamentar aparece segurando o aparelho embaixo da mesa e os outros aparecem para ver o conteúdo. “Imagina que tenho cerca de 30 prefeitos e uns 150 vereadores em grupos de WhatsApp. Tem alguns que postam coisas e eu abro para ver”, declarou à revista Exame no dia do episódio. Veja o vídeo do SBT de Brasília, que flagrou os deputados:

Site teve acesso à fatura de Renato Molling, do PP do Rio Grande do Sul, que contratou canais de futebol, filme extra e conteúdo adulto (Foto: Ananda Borges/ Câmara dos Deputados)
Site teve acesso à fatura de Renato Molling, do PP do Rio Grande do Sul, que contratou canais de futebol, filme extra e conteúdo adulto (Foto: Ananda Borges/ Câmara dos Deputados)

3. Câmara paga até canais de pornografia para deputados

O “cotão” da Câmara dos deputados, como é popularmente conhecida a verba para pagar despesas diversas dos parlamentares, já foi usada para bancar “canais adultos” para escritórios de alguns. Há dois anos, o site Congresso em Foco teve acesso às faturas da assinatura de empresas de TV a cabo de três deputados, todos eles flagrados assinando pacotes que incluíam esse conteúdo. Renato Molling, por exemplo, tinha acesso a campeonatos de futebol, a esses canais e comprou o filme “Blue Jasmine”, de Woody Allen. A média dos gastos da Câmara com essa verba para ressarcir os deputados era de R$ 35 mil mensais para cada um em 2014.

Itamar Franco morreu em 2011, aos 81 ano, quase duas décadas após escândalo que quase o tirou da presidência (Foto: José Cruz/ABr)
Itamar Franco morreu em 2011, aos 81 ano, quase duas décadas após escândalo que quase o tirou da presidência (Foto: José Cruz/ABr)

4. Organização defende impeachment de Itamar Franco por dançar com modelo sem calcinha

Este ano a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) fez a campanha intitulada “Não vou pagar o pato” pelo impeachment da agora ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Há 22 anos, a entidade chegou a afirmar que o então presidente Itamar Franco, que chegou ao cargo dois anos antes depois do impedimento de Fernando Collor, atualmente senador pelo PTC de Alagoas. O motivo na época foi o fato de Itamar ter sido visto no Carnaval de 1994 beijando e abraçando a atriz e modelo Lílian Ramos no sambódromo do Rio de Janeiro, durante o desfile das escolas de samba. Pesaram na época fotografias dela sem calcinha ao lado do ex-presidente. Diante do escândalo, Itamar se defendeu afirmando que não havia cometido “ato libidinoso” e não sabia que a modelo não usava calcinha, ironizando que, mesmo que soubesse, não tinha uma para emprestar, então não poderia ter feito nada.

Imagem mostra Brasília no dia da posse de Collor, quando não se previam os escândalos que estavam por vir (Foto: Arquivo Senado)
Imagem mostra Brasília no dia da posse de Collor, quando não se previam os escândalos que estavam por vir (Foto: Arquivo Senado)

5. Ministros de Collor têm relação além do governo

“Nitroglicerina pura” foi a expressão usada pelo então presidente Collor para definir o romance dos seus ministros Zélia Cardoso de Mello, na pasta da Economia, e Bernardo Cabral, da Justiça. O caso entre os dois era proibido na época porque Cabral era casado e o adultério ainda era crime. Por isso, foi escondido enquanto se pôde, até os dois dançarem “Besame Mucho” no aniversário dela de 1990 e serem publicados bilhetes trocados entre o casal – um deles falando sobre uma “saia deliciosa” que Zélia usava. O titular da Justiça renunciou ao cargo e a ministra, uma das responsáveis pelo Plano Collor de confisco das poupanças, foi demitida
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