Decisão sobre Rede Sustentabilidade já era esperada, diz Renan
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) disse nesta sexta-feira (4) que já era esperada a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de negar, por seis votos a um, o registro de funcionamento ao partido Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva.
Renan lembrou que a legislação atual facilita a criação de partidos políticos e lamentou que mesmo assim Marina Silva não tenha conseguido criar a Rede Sustentabilidade. Para ele “se há algo anárquico no Brasil que precisa ser modificado é essa legislação eleitoral”.
Já o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) afirmou que do ponto de vista político a Rede Sustentabilidade apresenta propostas concretas e conta com a legitimidade da ex-senadora Marina Silva, que está na segunda posição nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial do ano que vem. Além disso, acrescentou, Marina obteve quase 20 milhões de votos na corrida presidencial de 2010.
“A Rede é um partido que mostrou que tem representatividade, tem programa, tem propostas e tem inserção na sociedade, demonstrada pela votação que teve a sua liderança maior e pela própria intenção de voto demonstrada pelas pesquisas”, disse.
Rollemberg preferiu não entrar no mérito da questão jurídica, a respeito da decisão tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de negar o registro de criação do partido pois, segundo ele, o tribunal deve decidir de acordo com a legislação.
Para o senador, a repercussão em torno da criação da Rede Sustentabilidade evidencia a necessidade de modificar radicalmente as regras eleitorais. Segundo Rollemberg, um dos principais problemas do atual modelo eleitoral são as coligações nas eleições proporcionais, que na sua avaliação, levam a um intenso troca-troca entre partidos em uma disputa por tempo de televisão.
Como exemplo disso, ele citou o uso da máquina pública pelo Governo do Distrito Federal. O parlamentar disse que empresários, políticos e lideranças locais têm sido pressionados a se filiar a legendas que compõe a base de apoio do governo em troca da liberação de recursos para determinados projetos. A oferta de cargos em troca de apoio político foi outra prática citada pelo senador. (Jornal do Brasil)