A semana não poderia acabar sem mais um capítulo da trama que envolve o religioso que virou réu por estupro e assedio sexual. Na tarde de hoje, os advogados pediram a instauração de um inquéritos para apurar fraude processual nas denúncias feitas contra o sacerdote. Eles querem que Silvia Tavares, a primeira mulher que fez a denúncia, seja investigada por supostas “ocultação e manipulação de provas que inocentam o sacerdote”.
Segundo a assessoria do Pe. Airton a petição tem por base laudo pericial do Instituto de Criminalística da Polícia Científica de Pernambuco. Ao analisar o aparelho celular da personal stylist Silvia Tavares, os peritos resgataram mensagens de celular que teriam sido apagadas propositalmente. Elas demonstrariam que são “absurdas” as denúncias de um suposto estupro praticado pelo padre e um funcionário em 18 de agosto de 2022 na Fazenda Malhada, em Arcoverde(PE).
“Não podemos, ainda, trazer a público todos os detalhes das mensagens, que estão em segredo de justiça, mas fica cristalino e evidente, no competente trabalho realizado pelos peritos, que ela tentou destruir e manipular provas para criar uma narrativa fantasiosa de estupro”, diz Marcelo Leal, criminalista responsável pela defesa de padre Airton.
“Isso é crime de fraude processual que precisa ser esclarecido”, acrescentou.
Dentre as mensagens apagadas, segundo ele, chamam a atenção aquelas enviadas durante o dia 18 de agosto, imediatamente após o suposto crime. Pela questão do sigilo judicial, tais dados não podem ser trazidos a público.
“A invenção da história do estupro começa depois da mensagem apagada, fruto provável de uma fantasia”, diz Leal. “Para manter a fantasia, ela precisou manipular provas e atacar a reputação de um homem que é inocente e está preso injustamente.”
Ele explica que Silvia usou de um ardil. “Ela apagou as mensagens antes de entregar o celular à perícia, mas manteve somente aquelas que, fora de contexto, davam verossimilhança, ainda que fraca, à denúncia.”
A defesa informa ainda que aguarda a resposta de pedido formulado com base na lei de acesso à informação para saber se a polícia instaurou inquérito para apurar outros crimes confessados por Silvia Tavares nas mensagens apagadas.
O Outro Lado
Procurada pelo nosso site, Silvia Tavares disse que a informação é mais uma tentativa de salvar o padre do seu destino inevitável “que é o de voltar para cadeia”. ” Fui eu quem entreguei a polícia meu celular. Claro que mensagem são apagadas pois a memória do celular não aguenta. Isso não tem sentido nenhum”, acrescentou ela que já mandou a nota para seus advogados.
Fonte: Blog Ricardo Antunes