Delação de Mauro Cid pode anular acordo e levar mais militares à CPMI do 8 de janeiro
Governo, Exército e CPMI tinham concordado em somente convocar Braga Netto a depor, mas a revelação de Cid sobre uma reunião golpista de militares com Bolsonaro pode mudar o acordo
Para cumprir com o combinado mas também evitar a impressão de condescendência com os militares, a CPMI tinha optado por focar apenas em um alvo militar, escolhendo Braga Netto para depor devido à sua estreita ligação com a administração bolsonarista. Os depoimentos de outros generais, como Paulo Sérgio Nogueira e Augusto Heleno, estavam sendo deixados de lado, mas a delação de Cid agora ameaça desfazer o acordo costurado pelo ministro da Defesa.
A CPMI do 8 de Janeiro planeja encerrar suas atividades em meados de outubro e pretende indiciar Bolsonaro por quatro crimes cometidos durante seu mandato: golpe de estado, escuta telefônica ilegal, incitação ao crime e autoacusação falsa. Tanto aliados quanto adversários de Bolsonaro acreditam que o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) associará os ataques de Bolsonaro à Justiça Eleitoral e às urnas eletrônicas aos atos de vandalismo que culminaram na invasão e depredação do Congresso, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 8 de janeiro.