Do Estadão – Um dos pilares da Operação Lava Jato na investigação que atingiu partidos políticos como o PT, o acordo de colaboração premiada foi regulamentado na legislação durante o governo Dilma Rousseff. Em setembro de 2013, a Lei das Organizações Criminosas entrou em vigor e abriu caminho para que as colaborações se tornassem um meio de obtenção de provas de crimes. Críticos à operação afirmaram que a Lava Jato criou a “indústria de delações” e forçou confissões.
O método se tornou tão popular que, em alguns processos da Lava Jato, todos os réus se tornaram delatores. O mecanismo foi expandido, paulatinamente, para fechar o cerco à classe política. Apenas 12 agentes públicos aderiram ao acordo, segundo levantamento da reportagem, enquanto dezenas de empresários e lobistas confessaram crimes e ajudaram a reconstituir o esquema de corrupção na Petrobras (veja a lista abaixo).
A Lava Jato fechou mais de 200 acordos entre 2014 e 2021, quando foi aberta a última fase da operação, tocada pela força-tarefa do Ministério Público Federal. O ex-diretor da área de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi o primeiro investigado a firmar uma colaboração premiada, em agosto de 2014. Nos meses seguintes, os investigadores colheram mais relatos sobre corrupção na Petrobras e distribuição de propinas a ex-dirigentes da estatal e a políticos.
Embora tenham ajudado a força-tarefa a imprimir celeridade às investigações, o que foi fundamental para manter a sociedade civil engajada no auge da Lava Jato, as delações deram origem a denúncias que vêm sendo arquivadas por falta de provas complementares. O Poder Judiciário considera que o relato dos delatores não é suficiente para sustentar condenações e que o Ministério Público precisa apresentar elementos adicionais que corroborem as confissões.
O uso do instrumento se tornou tão recorrente que provocou uma reação da classe política. Em 2019, o Congresso aprovou e o então presidente Jair Bolsonaro sancionou o pacote anticrime, com mudanças na Lei das Organizações Criminosas e nas delações premiadas. Críticos da forma como o método era usado pela Lava Jato afirmaram, por exemplo, que havia benefícios excessivos a quem firmava os acordos.
O novo texto proibiu a divulgação dos termos do acordo da delação premiada enquanto a negociação estiver sob sigilo. Para casos de divulgação de acordos sigilosos, a lei classificou o ato como “violação de sigilo e quebra da confiança e da boa-fé”. Se, durante a negociação, o acordo final não for assinado, nenhuma das informações ou provas apresentadas pelo delator poderá ser usada para outra finalidade.
Confissões em vídeo
Homem de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro Antônio Palocci, que comandou o Ministério da Fazenda no primeiro mandato do petista, fechou delação com a Polícia Federal em Curitiba, após as negociações com o Ministério Público Federal fracassarem. O acordo foi assinado em 2018, quando Lula já havia sido condenado e preso no caso do triplex. O próprio ex-ministro estava há dois anos em prisão preventiva na Lava Jato quando decidiu colaborar com a investigação.
Antes de assinar o acordo, Palocci incriminou o presidente ao relatar a existência de um suposto “pacto de sangue” entre Lula e o empresário Emílio Odebrecht para repassar R$ 300 milhões ao PT. O depoimento foi prestado ao então juiz Sergio Moro, em setembro de 2017, na ação penal sobre a compra de um terreno para o Instituto Lula pela construtora.
Em um dos anexos de sua delação, o ex-ministro detalhou também a prática da venda de medidas provisórias a grandes empresários em troca de caixa dois.
“É muito comum, um ano antes de uma eleição, o empresariado criar um tempo de grande porte, normalmente tributário, para que ele possa na negociação desse tema trabalhar o financiamento das campanhas dos políticos com dinheiro público.”
“Tudo o que está acontecendo é um negócio institucionalizado. Era uma coisa normal.” A frase é de Emílio Odebrecht. O empresário, dono do império que carrega seu sobrenome, fazia parte do “clube das empreiteiras” que controlava contratos com a Petrobras em troca de propina. Em delação premiada na Lava Jato, confessou um longo histórico de corrupção. “O que nós temos no Brasil não é um negócio de cinco anos, dez anos atrás. Nós estamos falando de 30 anos.”
Mais de 70 executivos da Odebrecht aderiram ao acordo de colaboração com a Lava Jato. Hilberto Mascarenhas, ex-chefe do Setor de Operações Estruturadas, a “máquina de propinas” da empreiteira, por exemplo, detalhou as planilhas de contabilidade paralela para políticos e campanhas.
Quando a investigação da Lava Jato avançou sobre os financiamentos de campanha, chegou ao publicitário baiano João Santana, marqueteiro que ajudou a reeleger Lula em 2006, na ressaca do escândalo do Mensalão. A vitória selou uma parceria que se estenderia por outras campanhas petistas. João e a mulher, Mônica Santana, fecharam acordo de delação com a força-tarefa e confessaram que foram pagos com doações “não oficiais”.
O primeiro delator da Lava Jato foi Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que assinou o termo de colaboração em 27 de agosto de 2014, cinco meses após a primeira fase ostensiva da operação. Foi ele quem descreveu, de maneira inédita, a cartelização das obras da Petrobras pelas grandes empreiteiras do País. Costa admitiu ter recebido propinas em casa e em um shopping e afirmou que agentes políticos ganhavam uma porcentagem sobre contratos da estatal.
A partir do acordo de Costa, estava pavimentado o caminho para as colaborações entre dirigentes que haviam ocupado a cúpula da Petrobras. O ex-gerente Pedro Barusco Filho, por exemplo, entregou à Lava Jato planilhas de controle da entrada de propinas pagas, mês a mês, a executivos do setor de Engenharia e Serviços da estatal.
Antes de alcançar expoentes da política nacional, a Lava Jato mirou um esquema prosaico de lavagem de dinheiro envolvendo um velho conhecido da Justiça do Paraná, o doleiro Alberto Youssef, e um posto de gasolina em Brasília – endereço que deu origem ao nome da operação. Youssef – protagonista de um outro escândalo, o caso Banestado – foi preso em um hotel, em São Luís (MA), em 17 de março de 2014. Fechou delação em setembro de 2014. O doleiro confessou ter operacionalizado entre R$ 150 milhões e R$ 180 milhões em propina.
O Estadão identificou 183 investigados que fecharam acordos com a Lava Jato. Veja quem são:
- Adir Assad, doleiro
- Agenor Franklin Magalhães: ex-executivo da OAS
- Agosthilde Mônaco de Carvalho, ex-funcionário da Petrobrás
- Alberto Elisio Vilaça Gomes, executivo da Carioca Engenharia
- Alberto Youssef, doleiro
- Alexandre Açakura, executivo da Carioca Engenharia
- Albuíno de Azevedo, executivo da Carioca Engenharia
- Alexandre Biselli, ex-executivo da Odebrecht
- Alexandre José Lopes Barradas, ex-executivo da Odebrecht
- Alexandre Romano, ex-vereador do PT de Americana
- Alexandrino Alencar, ex-diretor de relações institucionais da holding da Odebrecht
- Álvaro Monerat, executivo da Carioca Engenharia
- Angela Ferreira Palmeira, assistente administrativa da Odebrecht
- André Cardoso de Magalhães, executivo da Cockett Marine Oil
- André Reis Santana, funcionário dos marqueteiros João e Mônica Santana
- André Vital Pessoa de Melo, ex-diretor superintendente da Construtora Norberto Odebrecht para Sergipe e Bahia
- Antônio Castro de Almeida, ex-executivo da Odebrecht
- Antônio Palocci, ex-ministro (Fazenda no governo Lula e Casa Civil no governo Dilma Roussef)
- Antônio Pedro Campello de Souza Dias, ex-funcionário da Andrade Gutierrez
- Antônio Pessoa de Souza Couto, diretor-superintendente da Odebrecht Realizações Imobiliárias
- Arianna Azevedo Costa Bachmann, filha de Paulo Roberto Costa
- Ariel Parente Costa, ex-executivo da Odebrecht
- Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, ex-executivo da Odebrecht
- Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, empresário ligado à Toyo Setal Empreendimentos
- Augusto Roque Dias Fernandes Filho, ex-executivo ligado à Odebrecht
- Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura
- Bruno Luz, filho do lobista Jorge Luz
- Carlos Alexandre de Souza Rocha, doleiro
- Carlos Armando Guedes Paschoal, ex-executivo da Odebrecht
- Carlos Fernando do Vale Angeira, ex-executivo da Odebrecht
- Carlos Henrique Nogueira Herz, operador
- Carlos José Fadigas de Sousa, ex-presidente da Braskem
- Carlos José Vieira Machado da Cunha, ex-diretor Supervia, controlada pela Odebrecht Transport
- Carlos Miranda, operador financeiro
- Celso da Fonseca Rodrigues, ex-diretor de contratos da Odebrecht
- César Ramos Rocha, ex-executivo da Odebrecht
- Cid José Campos Barbosa da Silva
- Cláudio Barbosa, o “Tony”, doleiro
- Cláudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht
- Clóvis Renato Numa Peixoto Primo, ex-executivo da Andrade Gutierrez
- Dalton dos Santos Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa
- Dario Messer, o “doleiro dos doleiros”
- Delcídio Amaral, ex-senador
- Demilton Antonio de Castro, ex-diretor financeiro da JBS
- Diogo Ferreira Rodrigues, ex-assessor do ex-senador Delcídio do Amaral
- Djean Vasconcelos Cruz, ex-executivo da Odebrecht
- Edison Coutinho Freire, engenheiro do grupo Schahin
- Edison Krummenauer, ex-gerente da Petrobrás
- Eduardo Beckheuser, executivo da Carioca Engenharia
- Eduardo Costa Vaz Musa, ex-gerente geral da área Internacional da Petrobras
- Eduardo Hermelino Leite, ex-vice-presidente da Camargo Corrêa
- Eduardo Sales Moacyr de Vasconcellos, executivo da Cockett Marine Oil
- Elton Negrão de Azevedo Júnior, ex-diretor da Andrade Gutierrez
- Emilio Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht
- Emyr Diniz Costa Júnior, engenheiro da Odebrecht
- Expedito Machado Neto, filho de Sérgio Machado
- Fabiano Rodrigues Munhoz, ex-executivo da Odebrecht
- Fábio Andreani Gandolfo, ex-executivo da Odebrecht
- Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa
- Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura, empresário
- Fernando Falcão Soares, lobista
- Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental
- Fernando Luiz Guimarães Nicola, executivo da Cockett Marine Oil
- Fernando Migliaccio, ex-funcionário do Setor de Operações Estruturas da Odebrecht
- Flávio Calazans de Freitas, advogado
- Flávio David Barra, ex-presidente da Andrade Gutierrez Energia
- Flávio Gomes Machado Filho, ex-executivo da Andrade Gutierrez
- Florisvaldo Caetano de Oliveira, ex-funcionário do grupo J&F
- Francisco de Assis e Silva, ex-vice-presidente de Assuntos Jurídicos da JBS
- Frank Geyer Abubakir, empresário
- Guilherme Pamplona Paschoal, ex-executivo da Odebrecht
- Gustavo Ribeiro de Andrade Botelho, ex-executivo da Andrade Gutierrez
- Hamylton Pinheiro Padilha Junior, empresário
- Henrique Pessoa Mendes Neto, ex-executivo da Odebrecht
- Henrique Serrano do Prado Valladares, ex-executivo da Odebrecht
- Hilberto Mascarenhas, ex-chefe do Setor de Operações Estruturas da Odebrecht
- Humberto Sampaio de Mesquita, genro de Paulo Roberto Costa
- João Antônio Bernardi Filho, empresário
- João Antônio Pacífico Ferreira, ex-executivo da Odebrecht
- João Borba Filho, ex-executivo da Odebrecht
- João Carlos de Medeiros Ferraz, ex-presidente da Sete Brasil
- João Carlos Mariz Nogueira, ex-executivo da Odebrecht
- João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, operador das contas de Alberto Youssef no exterior
- João Ricardo Auler, ex-executivo da Camargo Corrêa
- João Santana, marqueteiro
- Joesley Batista, dono da JBS
- John O’Donnell, dono do curso de inglês Brasas
- John O’Donnell Júnior, filho do empresário dono do Brasas
- Jonas Lopes de Carvalho Júnior, ex-conselheiro do TCE-RJ
- Jonas Lopes de Carvalho Neto, filho do ex-conselheiro
- Jorge Luz, lobista
- José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS
- José Adolfo Pascowitch, lobista
- José Antônio Marsilio Schwarz, engenheiro do grupo Schahin
- José de Carvalho Filho, ex-funcionário da equipe de Relações Institucionais da Odebrecht
- Juliana Sendai Nakandakari, filha do operador Shinko Nakandakari
- Júlio Faerman, ligado à SBM Offshore
- Julio Gerin de Almeida Camargo, lobista
- Juscelino Gil Velloso, irmão do ex-subsecretário de Transporte do Rio Luiz Carlos Velloso
- Leandro Andrade Azevedo, ex-executivo da Odebrecht
- Leonardo Meirelles, lobista, ex-sócio do doleiro Alberto Youssef
- Luccas Pace Júnior, operador da doleira Nelma Kodama
- Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva, empresário
- Luiz Fernando dos Santos Reis, executivo da Carioca Engenharia
- Luis Fernando Sendai Nakandakari, filho do operador Shinko Nakandakari
- Luís Mário da Costa Mattoni, engenheiro da Andrade Gutierrez
- Luiz Antonio Bueno Junior, ex-diretor superintendente da Odebrecht Infraestrutura
- Luiz Augusto França, empresário
- Luiz Carlos Velloso, ex-subsecretário de Transporte do Rio
- Luiz Eduardo da Rocha Soares, ex-executivo da Odebrecht
- Luiz Eduardo Loureiro de Andrade, representante de empresas internacionais na compra e venda de petróleo
- Marcelo Hasson Chebar, operador
- Marcelo José Abbud, operador
- Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht
- Márcio Dutra Gonçalves, ex-presidente da Vitol do Brasil
- Márcio Faria da Silva, ex-executivo da Odebrecht
- Márcio Lewkowicz, genro de Paulo Roberto Costa
- Marco Pereira de Souza Bilinski, empresário
- Marcos de Queiroz Grillo, ex-executivo da Odebrecht
- Marcos Vidigal do Amaral, ex-executivo da Odebrecht
- Maria Cristina Mazzei de Almeida Prado, mulher de João Procópio
- Maria Lúcia Guimarães Tavares, ex-secretária do alto escalão da Odebrecht
- Mariano Marcondes Ferraz, vice-presidente da Decal Brasil
- Marici da Silva Azevedo Costa, esposa de Paulo Roberto Costa
- Mário Amaro da Silveira, ex-diretor superintendente da Odebrecht Ambiental
- Mário Frederico de Mendonça Goes, lobista dono da Riomarine
- Mateus Coutinho de Sá, ex-executivo da OAS
- Milton Pascowitch, lobista
- Milton Schahin, empresário
- Mônica Moura, marqueteira
- Nelma Kodama, doleira
- Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobras
- Newton de Azevedo Lima, ex-funcionário da Odebrecht
- Olavinho Ferreira Mendes, ex-executivo da Andrade Gutierrez
- Olívio Rodrigues Júnior, operacionalizava repasses do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht
- Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez
- Paul Elie Altit, ex-executivo da Odebrecht
- Paulo Cesar Haenel Pereira Barreto, ex-funcionário da mesa de câmbio do Banco Paulista
- Paulo Cesena, ex-executivo da Odebrecht
- Paulo Falcão Corrêa Filho, ex-executivo da Odebrecht
- Paulo Ricardo Baqueiro de Melo, ex-executivo da área imobiliária da Odebrecht
- Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
- Paulo Roberto Dalmazzo, ex-diretor da Andrade Gutierrez
- Paulo Roberto Welzel, ex-executivo da Odebrecht
- Paulo Sergio Boghossian, ex-executivo da Odebrecht
- Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, ex-executivo da Odebrecht
- Pedro Augusto Ribeiro Novis, ex-diretor-presidente da holding Odebrecht
- Pedro Barusco, ex-gerente da diretoria de Serviços da Petrobras
- Pedro Corrêa, ex-deputado federal
- Rafael Ângulo Lopez, funcionário de Alberto Youssef
- Raymundo Santos Filho, ex-executivo da Odebrecht
- Renato Amaury Medeiros, ex-diretor regional da Odebrecht
- Renato Hasson Chebar, operador
- Ricardo Pernambuco, dono da Carioca Engenharia
- Ricardo Pernambuco Junior, dono da Carioca Engenharia
- Ricardo Pessoa, empreiteiro da UTC Engenharia
- Ricardo Roth Ferraz de Oliveira, ex-diretor da Odebrecht
- Ricardo Saud, ex-diretor da JBS
- Roberto Cumplido, ex-executivo ligado à Odebrecht
- Roberto José Teixeira Gonçalves, executivo da Carioca Engenharia
- Roberto Trombeta, operador
- Rodrigo Costa Melo, ex-executivo da Odebrecht
- Rodrigo Morales, operador
- Rogério Cunha de Oliveira, ex-executivo da Mendes Júnior
- Rogério Nora de Sá, ex-executivo da Andrade Gutierrez
- Rogério Santos de Araújo, ex-executivo da Odebrecht
- Salim Schahin, empresário
- Samir Assad, irmão de Adir Assad
- Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro
- Sérgio Luiz Neves, ex-diretor da Odebrecht em Minas Gerais
- Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro
- Sérgio Mizrahy, doleiro
- Shanni Azevedo Costa Bachmann, filha do Paulo Roberto Costa
- Shinko Nakandakari, operador da Galvão Engenharia
- Tania Maria Silva Fontenelle, executiva da Carioca Engenharia
- Valdir Aparecido Boni, ex-diretor de tributos da JBS
- Valter Luís Arruda Lana, ex-executivo da Odebrecht
- Victor Sérgio Colavitti, ex-executivo da Andrade Gutierrez
- Vinicius Claret, o “Juca Bala”, doleiro
- Vinícius Veiga Borin, empresário
- Walmir Pinheiro Santana, ex-funcionário do setor financeiro da UTC Engenharia
- Wesley Batista, dono da JBS
- Zwi Skornicki, lobista