Delegados entregam plantões e investigações de homicídios estão ameaçadas em PE

Sem sucesso em negociação com o Governo, delegados decidiram entregar plantões no DHPP. Foto: JC Imagem
Sem sucesso em negociação com o Governo, delegados decidiram entregar plantões no DHPP. Foto: JC Imagem

A crise na segurança pública em Pernambuco só aumenta. Em pleno feriado comemorativo ao Dia do Servidor Público, os delegados da Polícia Civil comunicaram oficialmente à Secretaria de Defesa Social (SDS) que não irão mais realizar plantões extras no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em tese, os programas de jornadas extras (PJEs) não são obrigatórios, mas são necessários devido ao número insuficiente de delegados no Estado. Com a saída dos profissionais, as investigações de assassinatos nos horários dos plantões (entre 18h e 6h) estão ameaçadas.

O chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Antônio Barros, esteve na manhã desta segunda-feira (24) no DHPP, onde se reuniu com gestores e delegados, mas este assunto ainda não foi discutido.

Na semana passada, a Associação de Delegados da Polícia Civil já havia informado que poderia paralisar as atividades devido a uma série de reivindicações apresentadas ao Governo do Estado, mas que ainda não houve resposta. Entre os pedidos da associação estão melhores salários e melhoria nas condições de trabalho.

Somente neste ano, Pernambuco já registrou mais de 3,4 mil homicídios. Um dos piores resultados desde o início do programa de segurança Pacto pela Vida.

Crise

A chegada do delegado federal aposentado Angelo Fernandes Gioia para assumir a Secretaria de Defesa Social vem cercada de expectativa para mudanças no Pacto pela Vida. Com resultados negativos desde maio de 2014, são esperados agora novos projetos para “oxigenar” a área e garantir a volta da redução da violência em Pernambuco. Para isso, o Governo do Estado já repassou ao novo secretário o desafio de abrir diálogo com os gestores das polícias Civil e Militar e também com os líderes das associações e sindicatos das categorias.

Alessandro Carvalho, que deixou oficialmente a SDS no dia 6, vinha sendo alvo de inúmeras críticas pela falta de diálogo e pelo descontentamento dos sindicatos e associações quanto aos rumos que o Pacto pela Vida vinha tomando – exigindo cada vez mais resultados positivos dos profissionais, mas dando pouco retorno em relação às condições de trabalho e a benefícios solicitados por eles. Gioia prometeu que irá em breve visitar as delegacias do Estado para acompanhar as demandas necessárias para os policiais.

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