Denuncia contra Bezerra vai para as mãos de Sérgio Moro

 

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu e conseguiu que a denúncia apresentada contra o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) fosse remetida para a primeira instância da Justiça. O caso estava na pauta de julgamentos do Supremo desta terça-feira, mas foi retirado na tarde de ontem pelo relator da Lava Jato, ministro Luiz Edson Fachin, da lista de itens a serem julgados pela Segunda Turma.

Agora a pouco o STF autorizou o envio do processo para Curitiba, onde será julgado por Sérgio Moro. A defesa do Senador Fernando Bezerra disse que vai entrar com recurso, pois segundo argumenta o caso do senador de Petrolina não não nada a ver com a justiça federal do Paraná

O julgamento começou em dezembro do ano passado. Dois  ministros votaram a favor da aceitação da denúncia (Edson Fachin e Celso de Mello) e dois contra (Gilmar Mendes e Dias Toffoli). A conclusão do julgamento foi adiada porque, na ocasião, o ministro Ricardo Lewandowski estava ausente.

Segundo Dodge, trata-se de um caso que se enquadra no novo entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre o foro privilegiado: na hipótese de crime cometido antes do mandato e sem relação com o cargo, o caso vai para instâncias inferiores da Justiça.

A procuradora enviou parecer aos cinco ministros da Segunda Turma do STF, que terão que decidir se o caso continua na Corte ou se passará a ser analisado por um juiz de primeiro grau.

ACUSAÇÃO

Trata-se de um inquérito aberto em 2015, na primeira leva de investigações contra políticos no Supremo Tribunal Federal. Ele foi denunciado em 2016, acusado de receber pelo menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa, contratadas pela Petrobras para a execução de obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), enquanto era secretário de estado em Pernambuco.

A defesa nega as acusações, alegando que Fernando Bezerra Coelho assumiu o cargo em 2007, e os incentivos estaduais foram aprovados no ano anterior, em outra gestão.

“À época dos fatos, quando começam incentivos fiscais, sequer exercia cargo público. Existia outro governo estadual em Pernambuco. Só esse fato põe por terra a denúncia”, disse o advogado André Luís Calegari em dezembro do ano passado.

 

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