Denúncias de espionagem não mudam leilão do pré-sal, diz Lobão

Lobão diz que governo não concorda com reivindicações de trabalhadores da Eletrobras

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, garantiu nesta segunda-feira (9) que as denúncias de espionagem à Petrobras não afetarão o primeiro leilão do pré-sal, sob o regime de partilha de produção, previsto para o dia 21 de outubro. “Está tudo mantido como foi programado, não cancela o leilão”, disse. Lobão afirmou que os dados do leilão não foram alvo da espionagem.

A licitação destinará blocos para exploração do Campo de Libra, na Bacia de Santos (SP), que tem potencial de reserva entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris equivalentes de petróleo. A Petrobras terá participação de 30% no consórcio.

Lobão também garantiu que está mantido o cronograma do leilão, que prevê o prazo final para o pagamento da taxa de participação e a entrega de documentos para qualificação das empresas interessadas para a próxima semana. A empresa que vencer o leilão terá que pagar um bônus de assinatura à União de R$ 15 bilhões.

Segundo reportagem veiculada ontem (8) pelo Fantástico, documentos vazados pelo ex-consultor de informática Edward Snowden indicam que a rede privada de computadores da Petrobras foi monitorada pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA). A reportagem mostra uma apresentação ultrassecreta, feita pela NSA em maio do ano passado, para treinar novos agentes no passo a passo para acessar e espionar redes internas de empresas, governos e instituições financeiras. De acordo com a reportagem, não é possível saber a extensão do monitoramento, nem se conteúdos da estatal foram acessados.

A Petrobras informou, por meio da assessoria de imprensa, que dispõe de sistemas altamente qualificados e permanentemente atualizados para a proteção de sua Rede Interna de Computadores (RIC). A companhia executa, de forma consistente, todos os procedimentos identificados e reconhecidos como melhores práticas de mercado na proteção de sua rede interna e de seus dados e informações. O tráfego na RIC e o fluxo de dados entre a RIC e o ambiente externo (rede mundial de computadores) são monitorados permanentemente pela Petrobras, segundo a nota.

Como exemplo, em média, 90% das mensagens externas de correio recebidas pela Petrobras são descartadas por apresentarem características potencialmente danosas. Tais características poderiam ter, eventualmente, possibilitado algum tipo de acesso a dados da Petrobras. “Ressalta-se, no entanto, que os dados constantes dos arquivos da companhia são continuamente atualizados à medida que as centenas de projetos têm andamento”, diz a nota.

“A força de trabalho da Petrobras é permanentemente alertada, por meio de programas internos, para a importância da classificação correta das informações e de seu tratamento. As informações internas são classificadas e tratadas com soluções tecnológicas, como criptografia, adequadas aos níveis de proteção associados ao risco de prejuízos para a Petrobras, em caso de eventual vazamento de informação. Os investimentos da Petrobras em tecnologia da informação e telecomunicações são compatíveis com o seu Plano de Negócios e Gestão e com os das demais empresas de mesmo porte do setor de petróleo no mundo. Ataques concorrenciais e outros se tornam cada vez mais complexos, o que continuará a exigir da Petrobras investimentos permanentes e significativos em tecnologia de proteção a dados e informações”, acrescenta a nota divulgada na tarde desta segunda-feira. (Jornal do Brasil)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *