Depois do racha nas eleições municipais, PSB racha mais uma vez em Brasília

Ministro Fernando Filho (PSB). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ministro Fernando Filho (PSB). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ex-líder do PSB na Câmara Federal, o ministro Fernando Bezerra Filho licenciou-se do cargo, nesta segunda (10), para articular votos a favor da PEC do teto de gastos, grande teste do governo Michel Temer (PMDB) no Congresso. Quando escolhido para o cargo, Fernando Filho teve apoio da bancada federal, porém a executiva nacional do partido não queria indicar nomes para a gestão Temer. Agora o racha se repete. Na ala a favor de Temer, a leitura é que de seis a oito parlamentares socialistas devem votar contra a PEC – incluindo a maioria do PSB de Pernambuco, que tem oito nomes. Todo o PSB tem 33 deputados na Câmara.

O ministro é filho do senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (PSB), ele próprio ex-ministro da Integração Nacional, durante o governo Dilma Rousseff (PT). O senador, porém, é alinhado com o governo Temer e foi peça fundamental para articular a ida de seu filho para o Planalto.

“A base está bem ciente da importância da matéria”, afirma o ministro. Para ele, o PSB votará majoritariamente a favor da PEC.

Mas a leitura no próprio partido é de que haverá votos socialistas contrários à proposta. A maioria do PSB de Pernambuco, por exemplo, vai na linha oposta. No entorno do governador Paulo Câmara, vice-presidente nacional do partido, parlamentares do PSB pernambucano já se declararam publicamente contra a PEC, a exemplo de Danilo Cabral, ex-secretário de Planejamento que deixou o governo estadual para reforçar o alinhamento da sigla no parlamento à gestão de Pernambuco. Outro parlamentar do PSB-PE, Tadeu Alencar, neste domingo (9) afirmou que o partido tende a votar contra a PEC.

Na prática, porém, Fernando Filho e seu pai têm influência sobre os colegas parlamentares. No geral, 25% do PSB devem ficar contra o texto e o restante, 75%, a favor.

Além de Fernando Filho, outro ministro pernambucano, Bruno Araújo (PSDB), também está licenciado para articular os votos a favor da PEC. Leia aqui.

À tarde, o PSB de Pernambuco divulgou a seguinte nota oficial:

NOTA DO PSB DE PERNAMBUCO

O PSB de Pernambuco reconhece o cenário de grave crise econômica e a necessidade de esforços solidários para restaurar o equilíbrio das contas públicas no Brasil. Porém, diante da possibilidade de votação, na data de hoje (10/10), do Projeto de Emenda Constitucional 241/2016 (PEC do Teto de Gastos), traz a público a seguinte reflexão: a proposta de ajuste é necessária, mas necessita de alterações, pois da forma que está irá impor sacrifícios, sobretudo aos brasileiros mais pobres, que são os que mais dependem dos serviços públicos e já estão sofrendo o maior impacto da queda na atividade econômica, atingidos pelo desemprego e pela inflação.

Em virtude disto, o PSB vem sugerindo alterações ao texto apresentado, no sentido de que, na hipótese de apuração de superávit primário em qualquer dos 20 anos de vigência da Emenda Constitucional, 50% do superávit apurado seja investido em saúde, educação e assistência social, pois somente assim será possível conciliar a indispensável recuperação do equilíbrio fiscal com as demandas de justiça social, que estão na história, nos princípios e na luta permanente do Partido Socialista Brasileiro.

Desta forma, o Partido Socialista Brasileiro de Pernambuco discorda da aprovação da PEC sem as alterações sugeridas pela bancada Federal.

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