O presidente da Comissão de Educação e Cultura da Alepe, deputado Waldemar Borges, voltou a criticar, nesta quinta-feira (15), o resultado de Pernambuco no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2023 e cobrou medidas mais eficazes para trazer a educação de Pernambuco ao patamar que já esteve.
“O Governo do Estado celebrar que a educação de Pernambuco é primeiro lugar do Norte/Nordeste no Ideb é muita falta de ambição de melhorar nosso ensino público. É pensar pequeno. Até porque o Ceará está logo atrás com 0,1 de diferença. Nosso Estado já é primeiro do Norte e Nordeste há 10 anos, desde o IDEB 2013. Nosso objetivo sempre foi estar entre os três primeiros lugares do Brasil. Ambição nacional e não apenas no Norte-Nordeste”, lembrou.
O parlamentar ressalta que Pernambuco já foi o primeiro lugar do Brasil no Ideb, mas nas últimas edições se manteve entre os três melhores e agora caiu para o 4° lugar. “A governadora sempre criticou na sua fala e no documento do seu Programa “Juntos pela Educação” que o Estado caiu do 1° para o 3° lugar. E agora o que dizer quando na gestão dela caiu para 4° lugar? E não adianta fazer malabarismo com os números, o fato objetivo é que Goiás, Espírito Santo e Paraná tiveram resultados melhores que Pernambuco. No Ideb anterior, de 2021, apenas Goiás e Paraná estavam à frente do nosso estado”, disse o parlamentar
“No IDEB 2021 estávamos a 0,2 do primeiro lugar do Brasil e agora a distância aumentou para 0,3, ou seja, mesmo crescendo, outros estados cresceram mais. Muitos estados subiram no ranking do Ensino Médio. Pernambuco ficou na lista dos que caíram”, acrescentou.
Em relação à “desculpa” dada por integrantes do governo de que as escolas privadas teriam puxado para baixo o resultado do estado, Waldemar lembra que, ao contrário das escolas públicas que são todas avaliadas, pouquíssimas são as privadas que participam do exame, o que – segundo ele -, estatisticamente falando, não influencia no resultado final.
“A queda de Pernambuco no ranking do Ideb é um retrato cruel da má gestão do Governo de Pernambuco à frente da educação no Estado, assim como está ocorrendo em outras áreas também. A tomar por base esses quase 40% do tempo decorrido da atual gestão, o estado vai ser entregue ao próximo gestor com números piores do que os encontrados em 2022, vide as estatísticas da violência, o agravamento do caos da saúde e agora esse retrocesso na educação”, disse.
Waldemar ressaltou que, “através da Comissão de Educação da Alepe, tenho acompanhado e visto de perto as ações ou falta de ações que resultaram neste quadro preocupante. A redução da qualidade na educação se traduz em escolas com problemas estruturais, professores desmotivados e alunos privados de recursos básicos como merenda de qualidade, fardamento e material escolar. E ainda precisamos falar de algo mais preocupante: o novo processo de escolha de gestores de escolas e gerentes regionais, já que é alvo de vários problemas e denúncias de interferências que relegam a capacidade técnica dos gestores a segundo plano”.