Deputado debocha de justiça confirmando clientelismo politico eleitoral e ironiza comportamento de opositores

Sem pensar nas limitações impostas pela justiça, o deputado federal Adalberto Cavalcanti (PTB) ocupou espaço na manhã desta terça-feira (14)  no programa Nossa Voz, Grande Rio FM, apresentado por Neya Gonçalves e fez declarações comprometedoras relacionadas a maneiras clientelista de fazer campanha. “Eu sempre ajudei as pessoas, meu dinheiro é lícito, um deputado ganha R$ 55 mil e tem muitas mordomias, quer dizer que eu não posso pagar uma consulta, claro que sim, eu nunca fiz questão de pagar nada para ninguém, sempre fiz isso independente de política e sempre vou continuar a fazer”.

De acordo a a legislação brasileira, esse tipo de comportamento é crime podendo comprometer o mandato de qualquer parlamentar.  De acordo o cientista político Aldo Fornazieri, “esse tipo de comportamento traz graves consequências a exemplo de deixar de representar os interesses da sociedade para atender os interesses particulares. Para manter a aparência de fidelidade ao povo, o parlamentar desenvolve um discurso manipulador para justificar seus atos ou sua incapacidade de bem representá-lo”.

Contraditório

O município de Petrolina tem uma receita mensal que gira em torno de R$ 58 a R$ 60 milhões mensal. A cada dia as despesas tem aumentado devido ao crescimento diário da  cidade e a problemas diversos. “Essa receita dar inveja a muita gente, se eu chegar a prefeitura de Petrolina eu serei o rei da cocada preta”.

De acordo levantamentos do AP, é impossível qualquer município do país sobreviver apenas da arrecadação devido aos compromissos diversos de cada administração. “Comparar uma Petrolina como Afrânio é caso de riso. Lá, 200 empregados da Prefeitura estão sendo demitidos, como foi confirmado pelo próprio deputado devido a queda de receita, em Petrolina não existe isso e todos os compromisso são honrados onde se procura trabalhar em parceria com os governos estadual e federal para que as coisas possam acontecer. Dizer que vai trabalhar, apenas com recurso próprio não existe em nenhuma prefeitura do país, esse discurso ultrapassado todos já conhecem. Se ele não revolveu o problema de Afrânio, vai fazer milagre em Petrolina com os inúmeros problemas que aparecem todos os dias?”, questionou o professor Antonio Alves.

Ameaça

O deputado estadual Odacy Amorim (PT) apoiou Armando Monteiro (PTB) para governador nas últimas eleições, e durante entrevista na última quarta-feira (08) ao programa de Neya Gonçalves, Odacy fez a seguinte afirmação: “É uma atitude de prepotência a questão do deputado Adalberto Cavalcanti impor a sua candidatura. Armando terá que definir se a política vai ser jogada desse jeito, se for vou me desligar automaticamente do grupo que apoiei nas eleições passadas. Não quero Adalberto Cavalcanti nem pra ser meu vice, comigo não há chance para imposição”.

Por sua vez, Adalberto confirmou que conta com o apoio político do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Armando Monteiro. “Se eu não tivesse apoio do meu partido, não iria lançar meu nome. Armando tem acordo comigo, ele sabe que fui eu quem arregaçou as mangas e trabalhou para ele” alegou.

Um dos ouvintes de Juazeiro, e que vota em Petrolina, queria saber do deputado se foi verdade ou não o seu apoio político ao ex-candidato à presidente Aécio Neves (PSDB) no segundo turno, mas infelizmente o tempo foi pouco e não houve a possibilidade da âncora do programa fazer o questionamento.

Isolado

Em 2013 o deputado Adalberto Cavalcanti rompeu politicamente com ex-governador Eduardo Campos (PSB). Na época, o deputado fez algumas crítica ao então governador e seu grupo politico, hoje enfrenta dificuldades para ter acesso ao grupo do qual pertenceu. “Já tentei marcar três audiências com ele (Governador Paulo Câmara) e não consegui, estou na expectativa”. Enquanto isso o prefeito Júlio Lossio tem se aproximado cada vez mais com o Governo do Estado fazendo parcerias e realizações.