Opinião
Por mais que amenize, o presidente Lula já chamuscou a gestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao afirmar ser difícil o governo conseguir zerar o rombo nas contas públicas em 2024. Imediatamente, o mercado reagiu. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira começou a cair.
O mercado financeiro atua de olho no compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas. Zerar o déficit fiscal em 2024 foi uma meta assumida pela equipe econômica quando o novo arcabouço fiscal foi aprovado pelo Congresso Nacional. Para 2023, Haddad chegou a dizer que o governo teria um déficit de menos de R$ 100 bilhões.
Mas o secretário do Tesouro informou, tão logo após a derrapada de Lula, ainda na sexta-feira passada, que houve uma piora de mais de R$ 80 bilhões nas contas públicas de 2023. A arrecadação está caindo, enquanto as despesas continuam subindo. A previsão de rombo, agora, já passa de R$ 140 bilhões.
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, afirmou que o cenário econômico para o próximo ano é ainda mais desafiador e não descartou a possibilidade de alteração da meta zero para 2024. “Não estou sinalizando que há ou não uma discussão de alteração. Só estou dizendo que há um cenário mais desafiador por conta do cenário externo, de alguns eventos que foram surgindo e que adicionam pressão a uma busca por resultados, que tem lá já o seu próprio desafio”, afirmou.
Por: Magno Martins