Descanso de titulares em derrota vai fazer diferença, afirma Thiago Silva

Victor Pereira
Thiago Silva durante treino da SeleçãoThiago Silva durante treino da Seleção (Lucas Figueiredo/CBF)

Seleção chegará mais descansada que a Croácia para as quartas de final

Uma das críticas mais contundentes ao técnico Tite na derrota contra Camarões por 1×0, pela terceira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo, foi em relação à decisão de colocar em campo uma equipe totalmente reserva, uma vez que a classificação às oitavas de final estava garantida. A ideia de poupar todos os titulares em uma competição tão curta foi colocada em xeque por boa parte da imprensa.

Acontece que, após a vitória tranquila por 4×1 diante da Coreia do Sul, nas oitavas, o assunto voltou à tona. Desta vez, pelos próprios jogadores da Seleção, que fizeram questão de frisar que a intensidade, tão elogiada nos primeiros minutos do primeiro tempo, fazendo com que o placar fosse aberto aos 7, só foi possível devido ao descanso dos titulares.

“Tudo isso faz parte de um processo que muita gente não entende, mas nós, que estamos aqui dentro, sabemos”, citou o lateral direito Daniel Alves, acionado no segundo tempo da partida.

Brasil e Coreia do Sul finalizaram a participação na fase de grupos no mesmo dia, na última sexta-feira (2), mas em contextos bem diferentes. Enquanto a Seleção Brasileira foi a campo já classificada e com os reservas, os coreanos entraram com força máxima, precisando de uma vitória para se classificar e, para piorar, ainda saíram atrás do placar, o que exigiu esforço e intensidade maiores dos jogadores para alcançar o empate e a virada sobre Portugal, como acabou se concretizando.

Depois disso, foram apenas dois dias de treinamento. O primeiro, um dia após o jogo, geralmente é de recuperação muscular para os titulares que atuaram mais do que 45 minutos. Como não foi o caso dos titulares brasileiros, eles puderam seguir com os treinamentos intensos, enquanto os coreanos não tiveram a mesma oportunidade.

“A gente consegue perceber no gestual do nosso adversário, que jogou três jogos muito intensos, e hoje, com 90 minutos a menos nas pernas, vimos a diferença”, frisou o zagueiro Thiago Silva. “Nós perguntávamos: será que foi a melhor coisa a ser feita? Poupar os onze? Eu acho que sim. Para o decorrer da competição, a gente vai ver essa diferença nas pernas”, completou o capitão.

Thiago também citou a Croácia na Copa passada, que chegou à final contra a França com, praticamente, um jogo a mais, já que a seleção croata enfrentou prorrogações nas três fases anteriores – oitavas, quartas e semifinais -, totalizando 90 minutos extras.

A Croácia, agora em 2022, é o próximo adversário do Brasil, pelas quartas de final. E pela lógica do capitão, também pode estar em desvantagem. Isto porque a equipe do meia Luca Modric vem de uma classificação com prorrogação e pênaltis diante do Japão, após empate em 1×1 no tempo regulamentar, enquanto a Canarinho teve uma vitória tranquila, sem exigir tanto dos atletas e ainda com direito a sacar os principais jogadores no decorrer do segundo tempo.

 

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