Descaso na saúde de Sobradinho causa a morte de criança
Cristiane dos Santos
Da Redação
Uma mistura de negligência, omissão de socorro e desrespeito ao ser humano. Esta é a situação do sistema de saúde pública da cidade de Sobradinho/BA, que tem revelado o descaso com a população mais carente, devido a esse tipo de tratamento a senhora Cristiane dos Santos Silva denunciou o tipo de atendimento que está sendo oferecido pela administração Genilson Silva (PT). “Meu filho tinha anemia falciforme e morreu por negligência médica e falta de atendimento em Sobradinho”.
Ela relata que procurou inúmeras vezes o posto de saúde da cidade e não obteve nenhum resultado. “Eu morava em Brasília, mas sou natural de Sobradinho e decidi voltar para a minha terra natal, quando sai de Brasília descobri que a minha filha tinha anemia falciforme e fui procurar atendimento médico no posto de saúde de Sobradinho, mas não obtive resposta. Chegando em Sobradinho ele passou mal e o levei o Posto de Saúde, chegando lá os médicos só medicavam e nem olhava o braço da criança, a única coisa que faziam era a aplicação do ‘dipirona’ e ainda diziam que eu fosse para a minha casa e não perdesse o meu tempo levando o meu filho para o posto”, relata.
A mãe do bebê conta que a criança estava com muita febre e vomitando constantemente. “Eu voltava para casa com o meu filho passando mal e com 39 graus de febre, sem contar que ele estava todo inchado, com muita febre, vomitando e com infecção na garganta. Teve dia que meu filho passou muito mal e levei novamente ao posto de saúde, chegando lá fomos atendidos pelo Doutor Eliodoro, é um médico Cubano, ele o examinou meu filho e disse mãezinha seu filho está somente com uma torce, mandou dar lambedor e dipirona que isso era normal, mais uma vez levei para minha casa e nada”.
Por conta do descaso, Cristiane diz que pediu a agente de saúde marcar uma consulta para ele, mas a mesma se recusou e disse que só fazia o tratamento se estivesse com todos os exames em mãos. “Como meu marido estava viajando a trabalho e não podia vim a Sobradinho e nem ir a Brasília pegar os exames ficamos sem a consulta”. Em uma das vezes que foi ao posto médico, ela conta que o médico que o atendeu condenou a doença diagnosticada pelo médico de Brasília. “Fui novamente e fomos atendidos pelo Doutor Fernando Barros que suspendeu a benzetacil e falou que não era para o meu filho está tomando esse tipo de medicação porque ele não tinha anemia falciforme e que enquanto não chegasse o exame não podia aplicar a injeção no meu filho”.
Agoniada com a situação do filho, ela conta que procurou novamente atendimento no posto de saúde. “Meu filho estava muito inchado e sentindo muita dor, eu pedir que a agente mais uma vez arrumasse uma vaga e ela mandou ir ao postinho novamente, chegando lá o médico começou a apertar o meu filho e as enfermeiras que estavam lá pediam para o médico não fica apertando o meu filho que a doença dele era muito grave por conta dos sintomas, mesmo assim o médico falava que meu filho não estava doente e mandou eu ir embora para casa”.
Mais uma vez, a senhora diz que voltou para a sua casa e o seu filho começou a sofrer. “Todos os dias era dando febre e chorava a noite toda, eu ficava desesperada. Nos dias em que o meu filho estava doente eu estava morando com a minha mãe no interior de sangradouro e teve um dia que chamei a SAMU e as enfermeiras me falaram que era para eu tirar meu filho dali porque ele iria morrer e foi o que aconteceu”.
Revoltada com o descaso da saúde, Cristina disse que faltou competência da administração municipal. “Nenhuma mãe e nenhum pai quer passar o que estou passando, o descaso é muito grande, eles viram que a criança estava para morrer e mandaram eu me desabar daqui para o hospital da criança em Juazeiro. Do mesmo jeito que aconteceu comigo pode acontecer com outro, eu quero justiça. Sobradinho está jogado as traças, além disso, não tem condição nenhuma de fazer exames médicos na cidade, pois o laboratório está fechado por conta de más condições”, concluiu.