Desistir? Nunca, jamais.
Por Maciel Melo
De peito aberto e coração risonho, desnudei minha alma e fui além de mim. Abri meus segredos, prendi meus demônios, decifrei meus sonhos, tim-tim por tim-tim. Disfarcei meus medos, meus gestos insanos, semeei mil planos pelo meu jardim. Plantei inocência, cultivei esperanças, onde não tinha começo nem meio nem fim. Viajei num mundo muito mais distante, do que imaginei ter sonhado um dia. A estrada turva, torta, muito incerta, só vi o cansaço quase no “finzim”. Mas meu canto é forte, é bravo e é ordeiro, lá no meu terreiro ninguém manda em mim.
Um coração valente, um coração guerreiro, não foge à luta mesmo sem vencer. Não desiste nunca daquilo que almeja, mas pode talvez deixar de querer. Eu quero outra trilha, outro rumo, outro atalho, outra folha, outro galho, quero mais ser feliz. Meu canto tem força, coragem, desejo, não quero sobejo, eu quero o meu país. Essa pátria é nossa, essa terra é da gente e a nossa bandeira é lutar e crescer.
Portanto meu povo…
“Aqui, em se plantando tudo dá”.
… disse uma vez Pero Vaz.
Agora vos digo: Quero minha gente sem medo nas ruas, as nossas crianças com livros na mente, plantando sementes de amor e de paz. Quero muito mais que um mero endereço, preciso tanto, careço. Desistir? Nunca, jamais.