Devido à seca, é grave a situação em Ouricuri
Da Redação
A estiagem ainda pode piorar a situação do sertanejo, castigando mais de 3 milhões de pessoas no semiárido nordestino. Pelo menos 250 municípios já decretaram situação de emergência por conta da falta de chuvas. Uma das mais severas dos últimos anos. No sertão do Araripe, o prefeito de Ouricuri, Ricardo Ramos (PSDB), declarou estado de emergência. De acordo com ele, os investimentos de três anos para acaptação de água não foram suficientes para amenizar a falta d’água na região.
“Estruturamos toda a bacia de água, construímos mais 35 barragens de grande porte e mais de 2.400 barreiras, criamos novas ofertas de água com a perfuração de mais de 80 poços artesianos, mas estamos numa seca causticante e não dispomos de ponto de oferta de água”, lamentou. Ele diz ainda que os pontos mais próximos de oferta d’água do município são as barragens dos Algodões, do Tamboril, o açude Tamboril e Entremontes, mas por conta da água salobra há apenas três ofertas adequadas para o consumo humano.
O chefe do executivo municipal também alertou que os 15 carros-pipas, mesmo fazendo cada um, uma carrada por dia de água potável, para distribuir à população, são insuficientes para atender a demanda.“Queremos a aproximação dos governos do Estado e Federal. Na medida do possível o Estado tem ajuda e atendendo algumas solicitações, disponibilizando cinco carros e o município por conta própria mantém 10. Há uma preocupação muito grande porque a água não está sendo suficiente”.
Ramos também pontuou outro entrave que o município atravessa com o não pagamento do Seguro Safra do ano passado, fator que agrava ainda mais a situação dos agricultores. “O governo entendeu que não tínhamos mais de 50% de perca e os agricultores ficaram mais uma vez no prejuízo. A prefeitura teve um desembolso de mais de R$ 250 mil e este ano estamos entrando em entendimento para resgatar esses valores para evitar mais prejuízos, inclusive com o baixo valor dos animais e o decorrente êxodo rural”, disse.
De acordo com o meteorologista da Univasf Mário Miranda, não há previsão de chuvas para abastecer a população urbana e rural para os próximos dias. “Temos que pensar numa forma de gestão e colocar um pouco de lado a política”, acrescentou.
Com informações de Neya Gonçalves.