Dia do Rock e após alfinetada de apresentadora, sertanejos comentam influência do estilo

Roberta Miranda iniciou a carreira cantando “Sonífera ilha” 

No dia em que foram lembrados os 25 anos de morte de Cazuza, uma declaração em defesa da sua obra deu o que falar. A apresentadora do “Vídeo show”, Mônica Iozzi, aconselhou os jovens a “deixarem o sertanejo um pouquinho de lado” e ouvirem mais as músicas do cantor “para terem um mundo melhor”. Nem é preciso dizer que o povo da viola e da sanfona não gostou nada da observação da moça. Mas às vésperas do Dia do Rock, comemorado amanhã, será que esses dois estilos são mesmo tão diferentes?<SW>

Marcos, que forma a dupla com Belutti, conta que nos seus shows não é apenas o sucesso “Domingo de manhã” que os fãs vão escutar. “Cantamos Aerosmith, Jon Bon Jovi e Capital Inicial. Não temos nenhum tipo de preconceito. Nem o nosso público, que recebe muito bem”, diz ele, acrescentando que é fã das bandas Onze:20, Malta e Fresno. “As pessoas mais inteligentes têm olhos e ouvidos abertos para tudo”.

O cantor comenta ainda que concorda com Mônica ao indicar Cazuza para os jovens, mas fica triste com o pedido para deixarem o sertanejo de lado: “Nós escutamos MPB, samba e rock para compor e fazer o melhor. O nosso estilo passa por um bom momento e isso é consequência de investimentos não só nos shows, mas em cada um de nós”.

Marcos diz que sertanejos investem nos shows
Marcos diz que sertanejos investem nos shows Foto: Divulgação

Foi cantando “Sonífera ilha” que Roberta Miranda iniciou sua carreira em bares. “Infelizmente, ainda não fiz uma parceria no palco, mas adoro muitas bandas de rock brasileiras”, observa ela, que gravou em seu DVD acústico, de 2013, a faixa “Eu quero sempre mais”, do Ira!. Ela conta ainda que começou a admirar o som da guitarra com a norte-americana Suzi Quatro, que fez muito sucesso na década de 70: “Posei com uma nos bastidores do ‘Música boa ao vivo’, há duas semanas, e o Dudu Braga (filho do Roberto Carlos) disse que nunca viu alguém tão sertaneja e tão rock’n’roll.

Roberta Miranda posa com guitarra
Roberta Miranda posa com guitarra Foto: Reprodução/ Instagram

João Gabriel, o rei do sertanejo carioca, conta que foram Milionário e Zé Rico os primeiros a usarem o baixo nas suas músicas e, nos anos 90, a guitarra ganhou espaço entre os sertanejos. Hoje, em seus shows ele toca Coldplay, Capital Inicial e, enquanto faz a troca de roupa, o público escuta Legião Urbana. “Cada vez há menos barreiras e nós conseguimos captar fãs de diferentes estilos por buscarmos o melhor de cada um”, opina.

João Gabriel canta Coldplay nos shows
João Gabriel canta Coldplay nos shows Foto: Divulgação/ Washington Possato

Quem também aprova a mistura é a dupla Victor e Léo, que em seu novo CD conta com a participação da banda Malta. “Estamos sempre buscando coisas novas. E acho que isso faz com que novas pessoas passem a nos acompanhar”, diz Leo: “Quisemos trazer um pouco de rock’n’roll para o álbum”.

Guilherme era criança quando começou a frequentar a loja de discos da família e conheceu o Queen. Aos 15 anos, escutava as músicas e ia aos shows de Legião Urbana, RPM, Roupa Nova e Paralamas do Sucesso. “Todos os músicos que viveram a adolescência nessa época carregam uma forte influência dessas bandas”, acredita ele, que estourou ao lado do irmão Santiago com o hit “E daí?”.

Morador de São Paulo, o cantor vê um movimento de aceitação cada vez maior da música, independentemente do tipo. “Aqui acompanho isso mais de perto e vejo que as mesmas pessoas vão ao Lollapalooza e ao Villa Mix”, conta ele, citando dois grandes festivais de rock e sertanejo, respectivamente.

Guilherme cresceu ouvindo Queen
Guilherme cresceu ouvindo Queen Foto: Divulgação

Despontando na música, Bruna Viola se define como uma apaixonada por música que sempre buscou ouvir de tudo, e isso incluiu o rock’n’roll. Sem esquecer o lado fã, ela aponta aqueles com quem gostaria de dividir o palco: Pitty, Skank e Capital Inicial. “Durante a infância, ouvi muita moda de viola, mas fui crescendo e me encantando com outros estilos também”, declara.

Bruna Viola gostaria de dividir o palco com Pitty, Skank e Capital Inicial.

Fonte: Extra

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *