Diabetes tipo 2 é o responsável pela maioria dos casos entre público 60+. Fatores como sedentarismo e dieta inadequada potencializam essa condição crônica
O envelhecimento da população é realidade no Brasil. Em 2022, a proporção da população brasileira 60+ atingiu 15,1%, com 30,6 milhões de pessoas nesta faixa etária. A prevalência do diabetes entre esse público também tem aumentado significativamente nas últimas décadas, com o diabetes tipo 2 sendo o responsável pela maioria dos casos. Isso se deve, em parte, ao estilo de vida sedentário, dieta inadequada e fatores genéticos associados ao envelhecimento.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE (2019), 17% das pessoas com diabetes no Brasil têm entre 60 e 64 anos. A incidência aumenta para 21,9% naquelas que têm entre 65 e 74 anos e as pessoas com mais de 75 anos somam 21,1% da população idosa com diabetes.
O diabetes tipo 2 pode se desenvolver de forma assintomática, porém, o aumento da fome, maior frequência urinária, sede constante, perda de peso, fraqueza e fadiga podem servir como indicativos da condição crônica. Realizar testes de glicemia também é de extrema importância para o diagnóstico precoce permitindo o início do tratamento adequado, com a mudança no estilo de vida.
Uma das principais preocupações quando se trata do diabetes na pessoa idosa é o risco aumentado de complicações relacionadas. Entre elas, estão os problemas cardiovasculares, como hipertensão arterial, doença coronariana e acidente vascular cerebral (AVC); a neuropatia diabética que causa danos nos nervos e pode levar a sensações de formigamento, dormência e perda de sensibilidade nos pés e mãos, aumentando o risco de lesões e infecções. Outros problemas relacionados são a retinopatia diabética, que pode afetar os vasos sanguíneos dos olhos, resultando em problemas de visão e, em casos mais graves, até mesmo cegueira; doença renal crônica; pé diabético, que compromete a circulação e a sensibilidade nos pés podendo levar ao desenvolvimento de úlceras, infecções e até amputações.
A boa notícia é que algumas medidas podem e devem ser adotadas para reduzir o risco desses problemas. De acordo com a Dra. Karine Risério, endocrinologista da plataforma Glic, pioneira em saúde digital para o tratamento do diabetes e 100% gratuita para pacientes, médicos e nutricionistas, o manejo da condição crônica requer a mudança para um estilo de vida saudável.
“Monitorar a glicemia constantemente; manter uma dieta equilibrada, rica em vegetais, verduras, frutas, grãos integrais e proteínas magras; controlar o peso e praticar atividade física regularmente são fundamentais no dia a dia da pessoa com diabetes. Outro ponto importante é a promoção da conscientização sobre as complicações entre as próprias pessoas idosas com diabetes, familiares e cuidadores, pois melhora a adesão aos cuidados e ao tratamento”, destaca a especialista.
Segundo dados do Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), atualmente existem 16,8 milhões de pessoas com todos os tipos de diabetes no Brasil e a estimativa da incidência dessa condição crônica deve chegar a 21,5 milhões em 2030.
“Como o manejo eficiente para o tratamento do diabetes envolve despesas com insulina, medicamentos, agulhas, seringas, tiras de teste de glicose, dispositivos e outros suprimentos, a oferta de suporte educacional auxilia na redução de gastos com tratamentos mais complexos, além da melhora na qualidade de vida da pessoa com essa condição crônica”, conclui Dra Karine.