Dilma afirma que adversários têm de ‘estudar muito’
Ela visitou Itajubá, no sul de Minas, onde participou da inauguração de uma nova unidade da Balteau Produtos Elétricos, indústria destinada à produção de transformadores de energia. Em entrevista a duas rádios locais, a presidente foi questionada sobre a pesquisa Datafolha publicada no fim de semana – segundo o levantamento, num cenário de disputa contra Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), Dilma venceria no primeiro turno, com 42% das intenções de voto, ante 21% do senador tucano e 15% do governador pernambucano.
“Tudo o que as pessoas que estão pleiteando a Presidência da República querem é ser presidente. Eu sou presidente e não fico tratando, para mim não é problema a eleição agora”, afirmou. “Acredito que, para as pessoas que querem concorrer ao cargo, elas têm de se preparar, estudar muito, ver quais são os problemas do Brasil. Eu passo o dia inteiro fazendo o quê? Governando.”
Dilma ainda declarou que apenas “oportunamente” se dedicará à sucessão e que seu problema no momento “é governar, não ficar preocupada com quem vai ser candidato”. “Até porque há indefinições. Para mim, a minha atividade principal é exercer até o último momento que eu puder de todos os dias a Presidência”, disse a presidente, que, em menos de três meses, participou de seis eventos oficiais em Minas, principal reduto eleitoral de Aécio.
‘Candidata’. Em resposta à declaração de Dilma, Aécio, por meio de nota, afirmou que a presidente teve postura de “candidata”. “A presidente Dilma é sempre muito bem vinda a Minas, como é natural da hospitalidade mineira, mesmo não tendo, mais uma vez, trazido respostas para importantes demandas do nosso Estado que estão sob responsabilidade do governo federal”, afirmou o tucano. “Se não tivesse se afastado por tantos anos de Minas, a presidente, e não a candidata, talvez estivesse apresentando respostas a essas demandas.”
No Recife, a ex-ministra Marina Silva, que se aliou ao projeto presidencial de Campos e se filiou ao PSB, reagiu com ironia e afirmou que a presidente “deu um conselho de professora”. “Acho que ela dá um conselho muito bom porque aprender é sempre uma coisa muito boa. Difícil são aqueles que acham que já não têm mais o que aprender e só conseguem ensinar”, disse a ex-ministra, lembrando ter sido alfabetizada aos 16 anos e gosta de valorizar aqueles que se dispõem a estudar.
Fonte: Estado de S. Paulo