Dilma valeu-se de linguagem protocolar ao declarar no Recife, sábado passado, que tem plena confiança na lealdade do vice-presidente Michel Temer. Foi apenas uma maneira elegante de afagar o vice (o “capitão do golpe”, segundo Ciro Gomes), que já está na conspiração há muito tempo, menos por vontade própria e mais pela força das circunstâncias. Explica-se: a presidente está ameaçada por um processo de impeachment e se esse desfecho consumar-se o substituto constitucional é o vice, que também preside o PMDB, partido que controla Câmara e Senado. Logo, ele está sendo forçado a tomar algumas precauções, como, por exemplo, saber com que forças contaria para eventualmente constituir um governo de união nacional. Não foi outro o motivo senão este que já o levou a ter encontros separados com o deputado (dissidente do PMDB) Jarbas Vasconcelos, seis senadores da oposição e o governador Geraldo Alckmin (SP).
Michel Temer já se encontrou, separadamente, com Jarbas Vasconcelos, senadores da oposição e o governador Geraldo Alckmin