Diretores do Datafolha dizem que o discurso da oposição é “ineficiente”

Mauro-Francisco-Paulino

Para o diretor geral do Datafolha Mauro Paulino e o diretor de pesquisas do Instituto, Alessando Janoni, a presidente Dilma Rousseff está fechando o ano de 2013 com a popularidade em ascensão porque o discurso da oposição é “ineficiente”.

Veja o que a dupla escreveu na Folha de São Paulo de ontem:

Dilma fecha 2013 em alta. A pesquisa divulgada hoje (1º de dezembro) pelo Datafolha confirma a tendência dos levantamentos anteriores, em agosto e outubro. Estes já apontavam crescimento da popularidade da presidente após a queda sofrida inicialmente em função da sensação de insegurança econômica e acentuada após os protestos de junho.

No último mês, tanto a aprovação à gestão petista quanto o apoio à sua reeleição cresceram, enquanto o índice de rejeição ao seu nome caiu no mesmo período.

Mas o cenário que explica o processo de retomada da popularidade da presidente não se limita apenas às respostas pontuais do governo à crise deflagrada pelas manifestações e tampouco na percepção dos brasileiros sobre a economia.

É marcado, acima de tudo, pela ineficiência da oposição na formulação de um discurso adequado às demandas dos brasileiros. Somados, os candidatos da oposição caíram nas intenções de voto na mesma proporção com que a presidente subiu.

E não faltou ambiente favorável à oposição este ano. Da pressão inflacionária no primeiro semestre evidenciada na pesquisa do início de junho, passando pelo debate multifacetado dos protestos até a repercussão das prisões dos condenados no processo do mensalão, o noticiário era rico em matéria-prima para a apresentação de alternativas.

Para completar, reações específicas do governo em cada um desses episódios também não convenceram. Com exceção do alcance do Mais Médicos, programa aprovado pela população, e da sensação de empregabilidade entre os brasileiros, a proposta polêmica de reforma política e a insegurança sobre a economia forneciam um arsenal ainda mais valioso para os adversários de Dilma.

Porém, o espaço encontrado pela oposição e a forma como tentou capitalizar tais temas não encontraram aderência especialmente junto aos estratos mais carentes da população.

Sobre 2014, o ambiente que se projeta na opinião pública não é dos melhores para o governo. Apesar do 13º salário injetar agora certo otimismo quanto ao poder de compra e à condição econômica dos entrevistados, há um maior pessimismo quanto ao desemprego e à inflação, em patamares próximos aos verificados no início de junho, antes dos protestos.

O desejo de mudança expresso pela maioria, próximo ao observado no fim do segundo mandato de FHC, em 2002, exige tanto do governo quanto da oposição ações mais eficientes e compreensíveis para ocupar esse espaço de insatisfação latente, que decidirá as eleições.

Ouvir, decifrar essas demandas e entregar programas adequados aos diferentes anseios e segmentos da população é a principal lição que 2013 impõe para os candidatos em 2014.

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