Com ligações fortes com o Primeiro Comando da Capital (PCC), ela foi casada com um das maiores cabeças da facção paulista, morto em 2014. Natural de Vitória da Conquista, o primeiro registro de sua vida no crime foi em 2008, quando foi presa pela primeira vez com o companheiro, em Biritiba Mirim, São Paulo, seis dias após o seu aniversário. No ano seguinte, ela ganhou as ruas novamente quando foi beneficiada com a liberdade provisória. Após isso, eles foram viver em Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia
Em 2014, Dona Maria assumiu os negócios do marido e até nomeou a facção como Bonde do Neguinho (BDN) em sua homenagem. Então, ela entrou de vez na mira das autoridades e passou a fazer parte do Baralho do Crime, ferramenta que lista dos mais procurados pela polícia na Bahia, com “Dama de Copas”.
Dona de avião e traficante internacional
Segundo as investigações da época, Dona Maria também era proprietária de uma Aeronave e usava o avião em voos internacionais para transporte de drogas.
“A aeronave pertencia à Dona Maria e era utilizada em voos internacionais para comércio de entorpecentes”, disse o então diretor do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), delegado Marcelo Sansão, quando ela foi presa novamente em 2019. Além disso, ela também foi responsável por intermediar a compra de armamento pesado, como fuzis e granadas, para os grupos que chefiava.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o avião carregado de cocaína pura foi interceptado por policiais no dia 20 outubro de 2018, em Vitória da Conquista (distante 518 km de Salvador). Bolívia, Peru, Venezuela e Colômbia eram os países onde Dona Maria comprava cocaína pura e redistribuía na Bahia e em outros estados.
Prisão e segundo relacionamento com integrante de facção paulista
Dona Maria foi capturada na noite de sexta-feira, em São Paulo, durante uma ação de inteligência da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) Bahia. Cerca de R$ 50 mil em espécie, anotações do comércio de drogas e celulares foram apreendidos com a foragida.
Equipes da FICCO SP, PM paulista e da 9a COORPIN (Jequié) da Polícia Civil da Bahia forneceram apoio no processo de localização e prisão da fugitiva. Ela possuía um mandado por homicídio, com decisão por condenação de 14 anos.
A ex-Dama de Copas, segundo informações preliminares, permanece casada com outro integrante de uma facção paulista. As equipes da Bahia e de São Paulo não conseguiram localizar o traficante.
A criminosa, além do homicídio, atua nos tráficos de drogas e armas, ordena práticas ilícitas em Jequié, além de ser investigada também por roubos, falsidade ideológica e corrupção de menores.