Donos de supermercados reclamam da “degustação” feita por clientes

Quem tem o hábito de consumir produtos dos supermercados antes de passar no caixa, é bom saber que, mesmo efetuando o pagamento, a ação não é permitida pela maioria dos estabelecimentos comerciais. Mas para quem tem outro perfil, daqueles que violam as embalagens, fazem a degustação do produto e saem de fininho como se nada tivesse acontecido, a ação passa de desobediência a caso de polícia. “O consumo destes produtos sem a devida quitação se configura furto, por menor que seja o valor do item”. É o que explica o consultor de Varejo da Associação Baiana de Supermercados (Abase), Rogério Machado.

Segundo ele, a prática da “degustação gratuita” está se tornando mais comum a cada dia e já é responsável por uma diferença de 2,5% a 3% na hora da contagem dos itens. “A falta desta porcentagem fica a cargo de pequenos furtos, onde as pessoas saem da loja sem pagar e pela degustação imprópria dentro da própria loja”, explicou.

E para os adeptos da prática que pensam sair lucrando com a ação, o consultor de varejo da Abase esclarece que os prejuízos causados pela degustação e por pequenos furtos acabam gerando reajuste nos próprios produtos. “Por conta deste hábito, os supermercados já estimam uma perda e tentam recuperar este número com o reajuste do valor dos itens. No final das contas é o próprio consumidor quem acaba arcando ao adquirir novos produtos”, continuou Rogério, lembrando, no entanto, que quem manda no valor final dos produtos é a concorrência.

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Os hipermercados são os principais alvos dos degustadores de plantão, devido a amplitude do espaço e a dispersão dos funcionários. Rogério acredita que a presença de trabalhadores inibe a ação das pessoas, por medo de retaliação. “A ordem é proibir a degustação dentro da loja, mas a orientação é de que os consumidores não sejam constrangidos, caso sejam flagrados comendo ou fazendo uso de itens dentro do estabelecimento”, continuou. Entre os principais produtos alimentícios vítimas da fraude estão iogurte, leite fermentado, chocolates e lanches em geral, principalmente os de fácil consumo.

Diante da orientação de não retaliar quem não obedece as regras dos estabelecimentos, uma alternativa adotada por alguns supermercados é a de separar e trancar alguns produtos, expondo apenas a caixa para entrega ao consumidor, apenas após o pagamento. Este é o caso de bebidas mais caras como uísque e produtos importados.

Praticada por pessoa de todas as idades e classes sociais, a degustação imprópria não é vista pela maioria da população como um crime, já que é cada vez mais comum encontrar embalagens abandonadas, muitas vezes escondidas nas prateleiras dos supermercados. Alguns chegam a dizer que se trata de uma retaliação às grandes empresas, pelos altos lucros arrecadados todos os anos, como uma forma de compensação.

“Têm finais de semana que famílias fazem uma verdadeira festa de consumo dentro dos supermercados. Pais e mães fazem a degustação de diversos itens na companhia dos filhos, que já crescem achando que aquela prática é legal”, continuou,lembrando que, em qualquer estabelecimento comercial, não se pode fazer a utilização de qualquer produto sem efetuar o pagamento anteriormente. “As pessoas devem abandonar a ideia de que só quem comete furtos é bandido. Sair sem pagar o que foi consumido é, sim,  um modo de lesar um estabelecimento”, finalizou. (Tribuna)

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