Duas professoras suspeitas de dopar criança autista de 2 anos em creche municipal são afastadas

Por Lucas Guimarães *

Suspeitas de terem dopado um menino autista de 2 anos com Zolpidem — o medicamento, de uso controlado, é um agente hipnótico indicado no tratamento da insônia de curta duração —, duas professoras da creche Espaço de Desenvolvimento Infantil René Biscaia, em Cosmos, na Zona Oeste, foram suspensas, segundo a Secretaria municipal de Educação. Uma sindicância foi instaurada.

 

A 36ª DP (Santa Cruz) está investigando o caso e, em nota, informa que “os agentes estão ouvindo testemunhas e requisitaram imagens de câmeras do local”. De acordo com a corporação, “os agentes estão ouvindo testemunhas e requisitaram imagens de câmeras do local”.

Nesta quarta-feira, a mãe da criança teve uma reunião com o Secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha, para mais esclarecimentos sobre o caso.

— Ele explicou para gente sobre a sindicância, disse que já estava correndo da maneira que tem que ser feita e que as partes já começaram a ser ouvidas. Que não havia afastado antes os profissionais, porque de fato ele não tinha tudo que fosse necessário. Decidido por eles que de início pelo menos as duas profissionais que tiveram um contato direto com meu filho até o momento em que peguei ele — disse ela ao EXTRA.

Também nesta quarta-feira, o menino começou a frequentar outra creche, desta vez em Paciência, também na Zona Oeste. Lá, ele será acompanhado por um moderador — profissional especializado que o auxiliará durante as atividades propostas —, auxílio que não tinha na unidade anterior.

— Ofereceram uma pessoa para ficar com ele porque antes não tinha uma pessoa especializada no cuidado dele, né? Tínhamos solicitado, eles disseram que não era necessário. Escolhemos essa creche por ser antiga no bairro e por algumas pessoas terem falado bem. A gente foi muito bem acolhido, apesar de ainda estar criando um vínculo novo de confiança, né? — contou ela, que se mostrou satisfeita com o primeiro contado com a mediadora. — No primeiro contato, ela foi carinhosa, tentou estimular ele nas brincadeiras, tentou colocá-lo nas atividades. Ela disse “olha, estou conhecendo ele, quero que ele me conheça, pegue confiança”. Porque as crianças autistas têm isso, precisam criar um vínculo com a pessoa. Amanhã é o segundo dia, vamos ver como vai ser a adaptação.

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