Efetivo policial aumentou, mas delegacias continuam fechadas à noite

Por Raphael Guerra 

Várias delegacias não estão funcionando em esquema de plantão. Foto: TV Jornal/Reprodução

Há dois meses, o efetivo da Polícia Civil de Pernambuco ganhou reforço com a chegada de mais de 800 agentes. Apesar disso, importantes delegacias continuam fechadas à noite e nos fins de semana dificultando a vida de quem precisa registrar uma queixa e aumentando o sentimento de insegurança e impunidade.

Para se ter uma ideia do problema, quase todas as unidades policiais da capital pernambucana estão de portas fechadas após às 18h. Quem precisa registrar um boletim de ocorrência deve seguir até a Central de Plantões da Capital, no bairro de Campo Grande. Lá, originalmente, só prisões em flagrante deveriam efetuadas, mas, com o agravamento da crise na segurança, o espaço também assumiu a responsabilidade de registrar as queixas ocorridas no Recife e também em municípios como Camaragibe.

E a situação só piora, porque o número de ocorrências na Central é extenso. Quem precisa de atendimento chega a passar horas esperando e muitos acabam desistindo. Delegacias de bairros como Ipsep, Ibura, Joana Bezerra, Espinheiro, Macaxeira, estão todas fechadas nos horários em que mais há registro de crimes. Como pode?

Delegacias especializadas que investigam crimes contra a mulher também seguem fechadas à noite e nos fins de semana. Quem mora na Região Metropolitana do Recife precisa ir até o bairro de Santo Amaro para registrar a queixa. E quem não tem como se deslocar tantos quilômetros, como faz?

A atual gestão da Polícia Civil de Pernambuco é muito omissa em relação ao atendimento à população nas delegacias. Apesar de o tema ser recorrente em toda a imprensa, a cúpula se cala. Aliás tem sido assim há algum tempo, quando os assuntos são considerados negativos. O chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, só sai do gabinete e fala com a imprensa quando comemora a alguma prisão efetuada pela instituição que comanda. Caso contrário, para assuntos espinhosos, a assessoria dele sequer responde por nota os questionamentos feitos pela imprensa. E, no final, sobra para a população que paga seus impostos, mas não conta com serviços básicos de segurança. Lamentável.

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