Ela não exitaria ficar com homem mais novo

Sonia Abrão é líder de audiência na Rede TV! Foto: Chico Audi/Divulgação
Regiane Jesus

Sabe aquele programa que ninguém vê, mas que todo mundo comenta? É o “A tarde é sua”, da Rede TV!.No comando da atração há uma década, está Sonia Abrão, de 53 anos, que nesta entrevista franca com a Canal Extra não tem pudor de se autointitular uma “fofoqueira profissional”. Com olhar otimista sobre a vida, a apresentadora não foge às polêmicas, acha graça da fama de ter fascínio por noticiar mortes e, a exemplo de Fátima Bernardes, namoraria um homem bem mais jovem que ela: “Não me intimidaria”.

O “A tarde é sua” é a maior audiência da Rede TV!. Bate um constrangimento por dar mais ibope do que Marcelo de Carvalho (dono da emissora, que apresenta o game “O céu é o limite”)?

Não existe constrangimento. Outros programas da emissora já estiveram nessa posição e vão voltar para o topo. A dinâmica da televisão é cíclica. Num dia você é o herói, no outro está a zero. Estou curtindo o momento, mas sei que daqui a pouco a gente vai ter que se reinventar para continuar atraindo o público.

Como você explica o seu sucesso?

Não sei explicar, aconteceu de o público não cansar da nossa cara. Alguma coisa certa a gente faz, mas o que realmente é, ainda não consegui detectar. Talvez seja porque falo no programa do mesmo jeito que falo fora da TV. Não interpreto, não sou atriz. Sou de verdade!

É comum ver seu nome envolvido em polêmicas (em recente entrevista, por exemplo, ela chamou a atriz Maísa Silva, de 15 anos, de “arrogante”). Arrepende-se de emitir a sua opinião sem filtro?

Me posicionar, falar o que penso, faz parte da minha natureza. Desde pequena, dou pitaco nas coisas. Acho importante opinar até para abrir uma discussão. Isso é saudável. Mas não tenho a pretensão de ser a dona da verdade. Até porque, quando querem me detonar, detonam mesmo! E está tudo certo. E, se eu tiver que mudar de opinião, mudo. Não me coloco num pedestal. Então, não tenho dificuldade em pedir desculpa, me corrigir, me retratar…

Sua recente participação no filme “Chocante”, protagonizado por Bruno Mazzeo, chamou atenção porque você riu de si mesma ao fazer graça sobre a fama de explorar a morte de artistas em seu programa. Críticas realmente não a incomodam?

Dou risada porque o pessoal é criativo. Quando li o texto, achei engraçado, bem sacado. Gravei no meu próprio estúdio, de primeira. Adorei a experiência! Mas não quero ser atriz, sou canastrona. Sempre achei que é mais fácil lidar com qualquer questão quando se foca no lado positivo. O que posso eliminar de bagagem emocional ruim, eu elimino.

Sonia Abrão não foge das polêmicas em seu programa, “A tarde é sua”
Sonia Abrão não foge das polêmicas em seu programa, “A tarde é sua” Foto: Divulgação

O que há de verdade nessa sua fama de ter fascínio por noticiar mortes no programa?

Esta foi uma fase que ficou para trás, não existe mais, na verdade. Por dois anos, o “A tarde é sua” teve uma pegada bem policial. A partir daí, peguei essa fama. Mas lidar com violência todos os dias é muito duro. Não é para mim. Então, resolvi partir para a roda da fofoca.

Você é fofoqueira?

Sou fofoqueira profissional. Na vida, não sou. Sou quieta no meu canto, não me meto na vida dos outros. No trabalho, é outra história. O pessoal gosta de saber do mundo das celebridades.

Como lida com o fato de ser famosa?

Eu não me sinto famosa, sou conhecida. Fama tem a ver com glamour, com ser símbolo sexual… Não sou nada disso. Funciono mais como amiga, uma companheira para todas as tardes.

Quando Fátima Bernardes, de 55 anos, tornou público o seu namoro com Túlio Gadêlha, de 29, você o chamou de “monumento” e “presente de Deus”. Namoraria também um homem mais jovem?

Claro! Não me intimidaria. O coração não pede registro de nascimento. Se pintar uma atração por um homem mais novo, vou testar para ver se a relação é viável. A gente precisa vivenciar uma coisa para saber se vai adiante ou não. Não pode ter preconceito, colocar barreiras.

Já viveu uma experiência assim?

Não. A pessoa mais nova que namorei tinha apenas cinco anos a menos do que eu, então não era tanta diferença. Mas namorei um homem 21 anos mais velho. Só que, neste caso, não tem tanto preconceito. Quando a mulher é mais velha, vira um auê. Até que as coisas estão melhorando nesse sentido.

Sonia Abrão não descarta a possibilidade de namorar um homem mais novo
Sonia Abrão não descarta a possibilidade de namorar um homem mais novo Foto: Chico Audi/Divulgação

Como está a sua vida afetiva?

Diferentemente do que andam dizendo por aí, não é verdade que eu tenha encontrado um novo amor. Meu coração está livre, e essa sensação de liberdade total é muito boa. A vida fica tranquila, sem sofrimento nem expectativas. Na hora em que essa fase passar, passou. Quando um presente de Deus for colocado no meu caminho, será bem-vindo!

Em 2018, você completa 30 anos de carreira. Sente-se realizada?

Cheguei aonde não tinha imaginado. Nunca pensei em ser apresentadora, em estar na televisão, porque não era meu veículo preferido. Minha intenção era trabalhar em jornal, revista, ou ser correspondente internacional de guerra. Mas estou bem feliz com o que conquistei.

Sonha comandar um programa de entrevistas noturno, como uma sucessora de Hebe Camargo?

O formato me agrada, mas não me vejo como uma sucessora da Hebe. Jamais serei uma comunicadora como ela. Hebe é um ídolo, faz parte de outra categoria de ser humano. Gosto do horário da tarde, mas o que vier, eu traço. Não tenho frescura.

Você parece não se incomodar em interromper as notícias no seu programa para anunciar diversos produtos…

Até sinto falta quando é feriado e tem menos merchan no “A tarde é sua”. Mas faço malabarismo para não perder o ritmo do programa. São duas horas que exigem muito fôlego. Passo de um assunto para outro em segundos. É complicado, eu me sinto numa montanha-russa.

Enriqueceu fazendo essas propagandas?

Não sou rica. Dependo do meu emprego. É raro ver um jornalista rico.

É vaidosa? Como lida com o passar do tempo?

Sou desapegada com a aparência. Fiz dieta uma única vez porque estava 20 quilos acima do meu peso. Não sou vaidosa. Falam que se eu cortasse o cabelo ficaria mais jovem. Mas a gente nunca fica mais jovem. Então, uso o cabelo que quero. A idade da gente está na cara, no jeito e na experiência. Não tem saída.

Já fez plástica ou algum procedimento estético?

Nunca coloquei botox, nada. Sou muito medrosa. Só faria uma cirurgia se fosse caso de saúde. Para que correr risco à toa? Não condeno quem faz, mas não quero ser uma caricatura de mim mesma. Em relação à velhice, só temo perder a lucidez. Quero manter viva a minha memória, a minha história.

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