Eleições dominam reunião ministerial

Opinião

Na primeira reunião ministerial, marcada para amanhã, dentro do calendário do segundo semestre do ano, o presidente Lula (PT) vai tratar, dentre outros assuntos, das questões que envolvem diretamente o Governo e as eleições municipais. Vai pedir mais atenção dos ministros às condutas vedadas aos agentes públicos na campanha.

Lançará a ideia de um pacto de não-agressão entre partidos aliados do governo na campanha. Em conversas reservadas, Lula tem dito que quer transmitir uma mensagem importante: fazer tudo para que os adversários não estejam criando problemas para o Governo. Segundo o Estadão, o que mais impressionou Lula, recentemente, foram vídeos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad – em que ele responde a perguntas da jornalista Marília Gabriela com referências a taxas e impostos.

E do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. Os dois casos mostram como a tecnologia da inteligência artificial pode ser utilizada para o compartilhamento de notícias falsas. O vídeo em questão, por exemplo, era uma montagem. A gravação exibia Amorim em um longo abraço com o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e foi publicada na quinta-feira pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Estadão apurou que uma parte da reunião ministerial será dedicada ao tema “eleições”, além do balanço dos 18 meses de governo. No encontro, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, também apresentará as linhas gerais do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, lançado há uma semana.

Cartilha e multa – A dois meses das disputas para as prefeituras, Lula quer repassar à equipe as orientações da Advocacia-Geral da União (AGU), que produziu uma cartilha de 79 páginas sobre o assunto. Durante as comemorações do dia 1º de Maio, porém, o próprio presidente infringiu a Lei Eleitoral ao pedir votos para o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, e foi multado em R$ 20 mil. No capítulo 8 da cartilha distribuída aos ministros, a AGU cita resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para destacar que a disseminação de notícias falsas restringe a livre vontade do eleitor.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *