O deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA) foi ao encontro de Arthur Lira (PP-AL) nesta quarta-feira (4), na residência oficial da presidência da Câmara dos Deputados.
O líder do União Brasil estava irritado com a postura do presidente da Casa Baixa, que não anunciou apoio à sua candidatura para sucedê-lo em 2025. Lira tem esperado mais tempo do que o prometido antes de tomar uma decisão.
Antes de ir à residência de Lira, Elmar teve uma reunião nesta manhã com integrantes do União Brasil e do PL na sede do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, no centro de Brasília. O deputado baiano quer assegurar o apoio da principal sigla da oposição, que conta com mais de 90 deputados.
O encontro com Lira foi realizado depois do anúncio da desistência da candidatura de Marcos Pereira (Republicanos-SP) à eleição na Câmara. O movimento do presidente do Republicanos tem o objetivo de alavancar o nome de Hugo Motta (Republicanos-PB), líder do partido na Casa Baixa.
Motta mantém relação de amizade com Lira, apesar de não ter a aproximação quase fraternal de Elmar. O deputado alagoano quer unir os líderes do Centrão para emplacar o seu sucessor e manter o poder na Câmara.
Apesar de deixar claro nos bastidores desde o início do ano a preferência por Elmar, o presidente da Casa Baixa sabe que o nome enfrenta resistência de alguns deputados, que o veem ríspido no trato do dia a dia.
Além disso, Elmar é do grupo rival de Rui Costa na Bahia. Terá um caminho truncado sem a aprovação do PT estadual para a sua candidatura.
Marcos Pereira, por outro lado, é bem-visto pelo governo, mas era vetado pelo PL de Jair Bolsonaro. Assim, mudou a conjectura da disputa e se retirou do imbróglio para ser o fiador da candidatura de Hugo Motta –que não enfrenta resistência nem do PL nem do governo, e ainda mantém boa relação com Lira.
Depois de entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (4), Pereira disse que vai procurar Lira para costurar o apoio à candidatura do líder do Republicanos.
O presidente da Câmara quer conversar novamente com Lula e com Bolsonaro antes de tomar uma posição oficial, pois tem receio de não conseguir os votos necessários para eleger o sucessor e perder influência, como foi com Rodrigo Maia.
Do Poder360