Em 1513, Vasco Núñez de Balboa atravessa América Central e chega ao Pacífico
Em 25 de setembro de 1513, o conquistador espanhol Vasco Núñez de Balboa, 38 anos, chega após vários dias de caminhada através da cordilheira da América Central a um oceano ainda desconhecido dos europeus.
Ele o batiza de “Mar do Sul” e, penetrando em suas águas, toma posse dele em nome do rei da Espanha.
Seis anos após os relatos de viagem de Américo Vespúcio, traduzidos ao lado de um mapa do geógrafo Waldsemüller, Balboa demonstra que as terras descobertas por Cristóvão Colombo constituíam certamente um Novo Mundo, separado da Ásia por um grande oceano.
Foi assim que o Oceano Pacífico, colonizado há séculos pelos ancestrais dos polinésios, entrou na realidade da Europa. Seu nome seria dado oito anos mais tarde por Fernão de Magalhães, quando o navegador português descobriria o caminho marítimo da circunavegação permitindo a ele aceder.
Depois de uma juventude dissoluta, Balboa deixou em 1500 a sua região natal de Extremadura a fim de participar da colonização da ilha de Hispaniola (atual República Dominicana e Haiti). Em 1509, para escapar de seus credores, junta-se clandestinamente a uma expedição destinada a levar socorro a uma pequena colônia espanhola, sobre a costa sul-americana, perto do golfo de Darién, ou golfo do Panamá.
Tolerado a contragosto pelo chefe da expedição Fernández de Enciso, Balboa torna-se popular com seus companheiros por seu carisma e conhecimentos geográficos da região. Com o concurso dos indígenas locais transfere a colônia para terras férteis e aprazíveis, próximas do istmo do Panamá.
Considerado muito rígido, Enciso é desautorizado pelos seus homens que escolhem Balboa para comandá-los. Balboa logo se outorga o título de governador da nova colônia, Santa Maria de Darién. Leva a cabo difícil exploração em território atualmente ocupado pela Colômbia em busca do mítico “El Dorado”, um país todo recoberto de ouro. Toma conhecimento, pela boca dos indígenas, que existia um “grande mar do sul” do outro lado da cadeia de montanhas, uma cordilheira que atravessava o istmo centro-americano de sul a norte.
Balboa sabia que era mal visto em Madri em virtude de sua promoção ilegal, segundo a coroa, pelo caminho do motim. Para afiançar e ver reconhecida uma nova legitimidade, decide partir sem tardar na descoberta daquele mar dos indígenas.
Organiza uma expedição de cerca de 200 espanhóis, reforçada por algumas centenas de indígenas. A travessia do istmo do Panamá, a escalada e a superação da cordilheira se efetivaram em pouco mais de três semanas, entrecortadas pelo caminho por alguns confrontos com tribos de indígenas.