Em 2050, 40% dos idosos dependerão das famílias para sobreviver
Barbara Nascimento/Guilherme Araújo
Aos 74 anos, preso à cadeira de rodas desde que caiu de uma escada, o cearense Raimundo Joselan Lopes vive sozinho no Guará II. As roupas desgastadas pelo tempo denunciam as dificuldades dos que dependem da assistência social para sobreviver. Seu Raimundo recebe um salário mínimo do governo, mesmo não tendo contribuído tempo suficiente para o INSS. É esse dinheiro que permite a ele manter-se fora do grupo de risco-social. Como o seu Raimundo, três de cada 20 brasileiros com mais de 65 anos não têm aposentadoria que lhes garanta um ganho maior na terceira idade.
A falta de recursos da parcela da população que chega à terceira idade é motivo de preocupação não só das autoridades brasileiras. Em toda a América Latina e Caribe, a taxa de pobreza entre os idosos é de 19,3% e no Brasil, de 3,5%. A tendência é piorar: o índice de idosos brasileiros que não poderão financiar uma aposentadoria contributiva em 2050 poderá chegar a 40%. Esses dependerão do governo ou de suas famílias para sobreviver.